Síria: confrontos deixam 31 mortos

Ao menos 31 pessoas morreram ontem na Síria, em novos confrontos entre as forças do regime do ditador Bashar Assad e a oposição armada que deseja removê-lo do poder, num conflito que se arrasta por 19 meses.

De acordo com a televisão estatal da Síria, um carro-bomba explodiu na região sul da capital Damasco, matando pelo menos seis pessoas e ferindo outras 20. A emissora classificou o ato como terrorismo.

Em Douma, cidade próxima à capital, ativistas da oposição e a imprensa estatal síria culparam-se mutuamente pela morte de ao menos 25 pessoas, incluindo mulheres e crianças, num edifício residencial.

"Houve um massacre terrível em Douma durante a noite, causado pela shabiha [milícia pró-Assad], que invadiu um prédio residencial", disse a imprensa oposicionista local. Um dos ativistas disse à agência de notícias Reuters que sabia o nome de 20 dos mortos, mas que os outros estavam muito desfigurados para serem identificados.

"As pessoas estão muito revoltadas. Alguns foram mortos por tiros, mas outros foram esfaqueados", disse ele.

A versão da televisão estatal síria é diferente. Segundo ela, 25 pessoas morreram em Douma pelas mãos de um grupo de rebeldes, chamado Liwa al Islam. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que não pôde proteger a região porque não havia tropas do Exército sírio por perto.

Cessar-fogo
O enviado especial da Organização das Nações Unidas à Síria, Lakhdar Brahimi, anunciou ontem que o regime sírio aceitou sua proposta de estabelecer um cessar-fogo durante o feriado muçulmano de Eid al Adha, que começa na sexta-feira.

Porém, o Ministério das Relações Exteriores da Síria ressalta que só se pronunciará oficialmente sobre o assunto amanhã.

O grupo rebelde Jabhat al Nusra já se pronunciou e disse que não cumprirá o acordo, chamando-o de "jogo sujo".