VIDA URBANA
12,7% dos hipertensos não têm assistência
Número de pessoas desassistidas no Estado é maior do que a população de algumas cidades paraibanas.
Publicado em 29/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 18:07
“Devido o meu sobrepeso e minha alimentação desequilibrada, sofro de hipertensão arterial há 3 anos, mas raramente busco atendimento médico. Para falar a verdade, recebi uma vez a visita de uma equipe de saúde pública, mas nem uso o serviço.
Quando sinto minha pressão alterada, tomo o remédio e pronto”, relatou o autônomo Marcílio Xavier, 31 anos. Assim como ele, na Paraíba, existem 35.470 paraibanos que sofrem de hipertensão arterial, mas que estão sem acompanhamento médico, o que corresponde a 12,7% do total de 277.938 pessoas hipertensas cadastradas nos programas de atenção à saúde básica em todo o Estado. Os dados são de janeiro deste ano e estão contidos no Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) do Ministério da Saúde (MS).
O número de pessoas desassistidas no Estado é maior do que a população de algumas cidades paraibanas, como Pombal, localizada no Sertão, que possui 32.117 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números de dezembro do ano passado são ainda mais preocupantes, com relação ao número de hipertensos que não são acompanhados pela atenção à saúde básica no Estado, já que nesse período o Siab registrou o cadastramento de 304.785 pessoas com a doença, mas 50.719 (16,6%) não têm acesso ao tratamento, todavia que somente 254.066 delas comparecem ao acompanhamento médico, sendo 63.945 somente em João Pessoa.
Com relação a João Pessoa, de dezembro de 2012 para janeiro deste ano, a estatística de pessoas cadastradas apresentou um crescimento, já que o quantitativo saltou de 63.172 hipertensos para 63.945, respectivamente. Consequentemente, as pessoas hipertensas com acompanhamento também cresceu, passando de 49.235 em dezembro do ano passado, para 52.470 em janeiro deste ano. Embora os números tenham aumentado um pouco, ainda é grande a quantidade de pessoas desassistidas, uma vez que 11.475 pessoenses acometidos pela hipertensão arterial ainda estão sem acompanhamento. Isso representa 21,8% do total da população da capital cadastrada em janeiro deste ano.
Segundo o médico cardiologista Ricardo Queiroga, as pessoas que sofrem de hipertensão arterial e não contam com acompanhamento médico ficam mais propícias a serem acometidas pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio, que por serem doenças incapacitantes, limitam o indivíduo e aumentam os custos em tratamentos. “Com acompanhamento médico adequado, aliado a algumas mudanças no estilo de vida, bem como a redução do sal, ausência do tabagismo, prática de exercícios físicos e perca de peso, além de medicação, em algumas situações, a pressão arterial é normalizada, de modo que esse indivíduo se equipara à população normal, tendo o mesmo risco de serem acometidas pelo ACV e infarto”, ponderou.
Ricardo Queiroga orientou ainda a população a buscar o acompanhamento médico. “A visita periódica ao médico é indispensável para que a pressão arterial seja acompanhada, pois muitas vezes, somente a medicação não é capaz de controlar a hipertensão, mantendo-a no nível adequado".
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