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VIDA URBANA

400 esperam na fila do Caps

Com apenas um centro para atendimento de dependentes químicos, Campina Grande tem lista com 400 pessoas esperando tratamento.

Publicado em 26/01/2013 às 6:00


Levantamento do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps- AD), pertencente à Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), revela que, atualmente, existem cerca de 400 pessoas em fila de espera para conseguir uma vaga para tratamento de dependência química na cidade. A cidade conta com apenas um centro voltado ao atendimento do público de dependentes químicos e também não dispõe de leitos em hospitais para viabilizar o início do processo de desintoxicação.

Este cenário mostra que os dependentes químicos que precisam de atendimento médico em Campina Grande não contam com uma assistência adequada para realizar tratamento e se curar do vício. O centro de atendimento existente há cerca de 500 dependentes e há uma demanda quase igual de pessoas que precisam de assistência, mas ainda não conseguiu vaga.

Para reverter esse cenário, a Secretaria Municipal de Saúde estuda ações de ampliação da rede de atendimento. A ideia é criar leitos em hospitais e implantar novas unidades de Caps. No entanto, para executar estas ações, a SMS terá que resolver entraves burocráticos devido a recursos destinados pelo Ministério da Saúde mas não aplicados pela gestão passada.

A secretária Lúcia Derks informou que, no ano passado, recursos foram destinados pelo Ministério para implantação de uma unidade do Caps AD III, voltado para atendimento de dependentes de crack e outras drogas, mas os R$ 225 mil depositados no dia 2 de agosto de 2012 na conta da Prefeitura não foram utilizados com esta finalidade.

“Verificamos que o dinheiro entrou, não teve custeio, mas não está mais na conta. Estamos indo a Brasília na próxima semana, justamente para tratar sobre a destinação deste e de outros recursos federais voltados para a Saúde de Campina Grande, que foram destinados mas não foram utilizados e não estão mais à disposição da Secretaria para a execução das melhorias que a população precisa. Precisamos saber o que houve e como podemos ter acesso a este recurso, para efetivamente aplicá-lo em prol da população que precisa”, disse Lúcia Derks, acrescentando que recursos para implantação de leitos, em hospitais para o atendimento inicial do dependente, também foram repassados, mas não foram utilizados.

A realidade de dificuldades é sentida na pele por quem necessita de ajuda. “Há dois anos tento encontrar vaga para tratamento do meu filho e não encontro. A gente se sente impotente, porque precisa de apoio profissional para ver quem a gente ama recuperado, mas os meios que existem não são de fácil acesso. O sofrimento só aumenta, porque a gente vê a hora perder o filho de vez para as drogas”, disse a dona de casa Maria de Fátima.

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Jornal da Paraíba

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