VIDA URBANA
89,5% dos prematuros nascidos na Paraíba morrem
Dados da SES mostram que a prematuridade tem matado anualmente uma média de 539,25 bebês, considerando os anos de 2006 a 2013.
Publicado em 28/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 18:07
Nos últimos oito anos, mais de 400 mil crianças nasceram na Paraíba, mas segundo o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de 2006 a 15 de maio deste ano, 4.820 crianças nascidas na Paraíba foram diagnosticadas prematuras.
Destas, apenas 506 (10,5%) sobreviveram, 4.314 morreram, o que corresponde a 89,5% do total. Os dados da SES mostram que a prematuridade tem matado anualmente uma média de 539,25 bebês, considerando os anos de 2006 a 2013.
Do ano inicial dessa estatística, até 2012, a quantidade de crianças que nasceram prematuras se manteve em 600 por ano. Já a taxa de mortalidade permaneceu em torno de 500, sendo 2008 o ano de maior incidência, com o registro de 603 óbitos com prematuridade. Os dados foram repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Especialistas afirmam que a realização de um pré-natal bem feito pode reduzir o número de óbitos em recém-nascidos. Ainda conforme os dados, dos 4.820 nascimentos prematuros, 2.717 (56,3%) nasceram com peso entre um quilo (kg) e 1,4 kg, 1.653 (34,2%) nasceram pesando 501 gramas (g) até menos de 1kg e 450 crianças com o peso apenas entre 101g e 500g.
De acordo com o médico ginecologista e obstetra Eguimar Fernandes, são várias as complicações que podem levar o recém-nascido à morte, sendo que a mais frequente delas é a prematuridade, devido à fragilidade que o bebê possui em responder ao tratamento contra processo infeccioso, que pela baixa imunidade acomete o prematuro, levando-o muitas vezes a óbito.
“Primeiro, é preciso que o bebê tenha nascido antes de 37 semanas de gestação para poder ser considerado prematuro, já que o período normal de uma gravidez é de 40 semanas. Depois, deve ser tomado cuidado especial com esse bebê para que os fatores externos não o acometam de modo que cause o óbito, assim como, a dificuldade natural de respirar que o prematuro tem. Se os cuidados forem feitos de forma adequada, a taxa de sobrevivência dos nascidos entre 36 e 37 semanas de gestação é de 90%”, enfatizou.
“Se os dados da Secretaria de Saúde forem reais, a situação na Paraíba é preocupante e deve ser revista, pois mostra que o tratamento com os prematuros está sendo feito de forma inadequada”, completou.
Por outro lado, Eguimar Fernandes destacou que quanto mais prematuro o bebê nascer, mais chances de morrer ele apresentará. Para evitar a prematuridade e consequentemente os óbitos provenientes dela, o médico ressaltou que o pré-natal é o caminho.
“Nos casos de uma gravidez planejada, a mulher deve iniciar o pré-natal antes mesmo de engravidar, já nos casos de uma gravidez indesejada, o tratamento deve ser iniciado assim que ela souber da gestação. Se a menstruação não veio, deve-se procurar o ginecologista de imediato e se for confirmada a gravidez, buscar um bom acompanhamento com um profissional de saúde capacitado, para que sejam identificados os fatores de risco, evitando assim, o parto prematuro”, frisou.
A auxiliar administrativa Alane dos Santos Guedes, 27 anos, que está com 5 meses de gravidez, não pensou duas vezes em fazer o pré-natal. “Sempre tive medo que meu filho nascesse com algum problema de saúde, por isso desde que descobri a gravidez, estou fazendo o acompanhamento pré-natal, me alimentando direitinho, dormindo bem e tudo o que for preciso para que ele nasça no tempo certo e com saúde”, afirmou.
Ao finalizar, o obstetra observou que a prematuridade pode ser impulsionada pelo uso de drogas, como o crack e a cocaína, bem como o consumo de cigarro. Além disso, sobre o peso da criança ao nascer, ele disse que a alimentação da mãe deve ser equilibrada.
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