Acidentes em BRs matam 93 pessoas

Somente neste ano, entre 1º de janeiro até o último dia 21 deste mês, 93 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito nas rodovias federais que cortam a Paraíba, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No penúltimo final de semana, três pessoas perderam a vida em acidentes nas BRs do Estado, neste caso, representando uma morte por dia. Além dessa estatística, neste final de semana, mais uma pessoa morreu após colidir com um caminhão na BR-230.

Os dados revelam ainda que apesar do alto índice de acidentes no trânsito que resultaram em morte, os números caíram em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a PRF registrou 124 óbitos: uma redução de 25%.

Segundo a PRF, nas últimas 72 horas do último final de semana, foram registrados nas rodovias federais da Paraíba 31 acidentes com 20 feridos e um óbito, ocorrido por volta das 7h30 do último sábado, no quilômetro 35,9 da rodovia BR-230, no município de Santa Rita, Região Metropolitana de João Pessoa. Um homem de 33 anos, que conduzia uma 'cinquentinha', morreu após bater na lateral de um caminhão e ser atropelado pelo veículo. A PRF informou ainda que o motorista e o caminhão não foram identificados.

O inspetor da PRF, Anderson Poddis, apontou a imprudência dos motoristas como um dos principais fatores para os acidentes. “Em virtude disso, acontecem algumas situações que acabam favorecendo a ocorrência dos acidentes. Na maioria dos casos, são infrações de trânsito, como velocidade incompatível, falta de atenção, desrespeito à sinalização e embriaguez ao volante”, observou.

Segundo Anderson Poddis, de um modo geral, os motociclistas se envolveram em quase metade dos acidentes registrados nas BRs do Estado, desde o início do ano até o último dia 21. “Do total de acidentes contabilizados nesse período, independente de terem ou não resultado em mortes, cerca de 40% deles envolviam motocicletas”, afirmou.

“Além disso, os riscos de acidentes no trânsito aumentam quando é gerado um maior fluxo de veículos”, completou.

O maior número de acidentes identificados pelo órgão federal, se concentra na Região Metropolitana de João Pessoa, mais precisamente entre os quilômetros 20 e 30 da BR-230, que faz referência ao trecho que vai do Viaduto do Cristo Redentor, no bairro Cristo, até o Estádio José Américo de Almeida Filho (Almeidão).

Para evitar a ocorrência de acidentes no trânsito, o inspetor Anderson Poddis, orientou os motoristas a não beberem antes de dirigir, redobrar a atenção, manter uma velocidade adequada para a situação encontrada no trecho, que vai depender do fluxo de veículos, horários e clima. Ele atribuiu ainda à redução dos acidentes e consequentemente as mortes provenientes das colisões, a nova 'Lei Seca' e a intensificação das fiscalizações.

“Podemos apontar diversos fatores para a redução de mortes por acidentes de trânsito nas rodovias federais, mas dois deles se destacam: A aplicação da nova 'Lei Seca', onde muitas pessoas deixaram de beber com medo de passarem por abordagens e as fiscalizações, que estão cada vez mais intensificadas, cujo objetivo não é de fazer multas, mas sim de coibir condutas indevidas e com isso estamos evitando acidentes e também as mortes”, sustentou.

FISCALIZAÇÕES

Embora o inspetor da PRF tenha considerado a nova 'Lei Seca' como fator de redução para os acidentes, o deputado federal e coautor da lei, Ruy Carneiro (PSDB), além de também ter ressaltado os resultados obtidos pela 'Lei Seca', reconheceu que ainda é preciso intensificar fiscalização, principalmente no interior do Estado.

“Temos uma boa fiscalização em João Pessoa e em Campina Grande, mas ainda esperamos que essa fiscalização parta também para o interior do Estado, já que lá são registrados muitos casos de mortes no trânsito. Na situação de hoje, era importante que da mesma maneira que fazem as fiscalizações nessas duas cidades, fizessem também nos municípios de menor porte, pelo menos nas dez ou 20 maiores cidades da Paraíba”, asseverou.

Para reduzir ainda mais os índices de morte no trânsito, que segundo o deputado caiu mais 50%, desde que a 'tolerância zero' entrou em vigor, ele considerou que “é preciso um trabalho por parte dos governos municipais, estaduais e federais de uma conscientização pedagógica para as pessoas de que bebida não combina com direção. Portanto, é um conjunto de fatores: lei, fiscalização e consciência”.