icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Água dos rios Jaguaribe e Sanhauá têm qualidade ruim, diz SOS Mata Atlântica

Publicado em 30/01/2016 às 8:00

As águas de três rios paraibanos apresentaram qualidade ruim segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica que avalia mensalmente os reservatórios de água em 45 municípios do Brasil. Segundo os dados levantados, o rio Jaguaribe apresentou 24,2 pontos no mês de novembro, enquanto o Rio Sanhauá apresentou 26 em dezembro e o Rio Preto atingiu 25,7 também no mês passado. Para ser considerada uma água de boa qualidade é preciso ter pelo menos 35 pontos.

“A avaliação é feita por meio de um kit, que faz a medição da qualidade da água através de 14 parâmetros. Alguns deles são os níveis de oxigênio, fósforo, PH e o odor da coleta”, explica o coordenador do projeto Observando o Tietê, Gustavo Veronesi.

O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (até 20), ruim (entre 20 e 26), regular (entre 26 e 35), bom (entre 35 e 40) e ótimo (maior que 40). Os voluntários que integram os grupos de monitoramento fazem a medição uma vez por mês e enviam os resultados pela internet. “Nós estivemos na Universidade Federal da Paraíba, fizemos a demonstração de como é feita a medição e os interessados formaram grupos. São cerca de 15 pessoas envolvidas em 15 grupos em toda a Paraíba”, afirma Veronesi.

Além do Sanhauá, Rio Preto e Jaguaribe, foi medida a qualidade na água nos rios Cabelo (Cabedelo), Gramame (Conde), Tambiá (João Pessoa), Mamanguape (Mamanguape) e o lago Maceiozinho (João Pessoa). Segundo a SOS Mata Atlântica, o rio Tambiá apresentou o nível péssimo de qualidade das águas no mês de janeiro.

Para o pescador José Crispim, de 64 anos, que trabalha no rio Sanhauá há pelo menos 30, a qualidade da água do rio mudou muito. “Quando a gente chegou aqui, conseguia pescar muito (no trecho próximo à ponte sobre o rio Sanhauá, que liga João Pessoa ao bairro do Baralho, em Bayeux). Mas agora eu tenho que fazer uma viagem de cerca de 40 minutos com o barco a motor para pescar algo lá em Cabedelo”, declara. “Para se ter uma ideia, há cerca de 10 anos, se eu fizesse uma pescaria pegava cerca de 140 kg de peixe. Esta semana só peguei 6,5 kg e foi um dia bom”, completa.

A viagem que o pescador Severino Bezerra faz para Cabedelo diariamente é ainda maior. Ele mora no bairro do Baralho, às margens do rio Sanhauá, mas como não tem motor no barco, precisa remar cerca de duas horas para conseguir pescar. “E mesmo lá a quantidade é pouca porque é muito pescador dividindo espaço. Então a gente vai um dia e dá outro de descanso. Mas quando a gente sai passa o dia todo no rio, só para pra comer”, descreve. Mesmo assim, segundo Severino, o rendimento mensal de um pescador não passa de R$ 500,00. “O que é ainda pior no inverno, quando só conseguimos R$ 200,00. E ainda cortaram o nosso seguro nessa época do ano. Está muito difícil ser pescador”, desabafa.

No trecho que passa pelo bairro do Baralho, é possível ver uma quantidade enorme de lixo depositada às margens do rio Sanhauá além do despejo de esgoto.

Para Gustavo Veronesi, a falta de peixe no local é apenas um indicador das consequências da qualidade das águas dos rios para a saúde humana. “Se um peixe morre por causa desse problema, ou ele vive em água de péssima qualidade, imagina o que acontece na saúde de quem consome esse produto”, alerta. Segundo ele, é possível reverter a situação. “Para isso é preciso ter um bom saneamento básico e parar de jogar as coisas dentro do rio. É uma responsabilidade de todos nós, sociedade e governo”, conclui.

Outro lado

Em relação ao despejo de esgoto nos rios da capital, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seman) informou que não recebeu nenhuma denúncia sobre o Sanhauá. Afirmou ainda que o sistema de coleta de esgoto da cidade é encaminhado para “diversas estações de tratamento espalhadas pelo território do município”. Ainda segundo a Semam, existem algumas galerias pluviais que desaguam no mar e que recebem manutenção periódica da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), mas a fiscalização dos esgotos não é responsabilidade da pasta.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp