VIDA URBANA
Alto teor de sal na água prejudica seis cidades
Pesquisadores da UFCG detectaram alto teor de sais na água de pequenos mananciais e poços na zona rural do estado.
Publicado em 08/08/2012 às 6:00
A qualidade da água que consumimos pode ser detectada facilmente e o paladar ajuda identificar um gosto salgado no líquido. A grande quantidade de sais é uma garantia de que a água não está boa para o consumo, e uma investigação que está sendo realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) constatou um grande nível de sais em pequenos mananciais e poços, especialmente da zona rural do Estado. Em seis municípios da região Agreste, incluindo Campina Grande, o teor de salinidade é tão grande que não serve sequer para o consumo de animais.
Uma das pesquisadoras do projeto, articulado pelo curso de Engenharia Agrícola, Soahd Rached, informou que a zona rural de Campina Grande tem grandes problemas com relação à salinidade das águas, o que exige maior monitoramento do líquido ao longo dos meses. Segundo a professora, quatro assentamentos pesquisados apresentaram um teor elevado de sais, como o cloreto de sódio, magnésio e potássio, com quase 20 mil mg (miligramas) por litro a mais do que o permitido pelo Ministério da Saúde, que é de mil mg por litro.
“A grande concentração de sais na água pode desencadear graves problemas para a saúde humana, provocando doenças nos rins, má circulação do sangue e ainda o câncer. Para populações que vivem em regiões onde não há muitos recursos de água e não há outra alternativa a não ser o consumo da água salgada, essas doenças podem aparacer ao longo dos anos”, informou.
Dos 60 municípios pesquisados, que resultou em 947 fontes de água investigadas, seis municípios foram detectados com água de péssima qualidade para o consumo.
Os municípios de Campina Grande, Areial, Gurjão, Boa Vista, Queimadas e Alcantil, apresentaram teor elevado de sal na água analisada em 103 amostras coletadas em açudes, poços e riachos. Segundo a pesquisadora, uma alternativa para os pequenos produtores seria a construção de cisternas ou a realização do processo de dessalinização, que, conforme disse, ainda é uma forma cara de recuperação da água.
“Esse processo de salinização é ocasionado pelas chuvas e mesmo pela ação do homem ao remexer o solo. Esse estudo que realizamos, iniciado em 2006, é pioneiro na Paraíba”, contou.
O estudo, intitulado “Metodologia para estudos de obras superficiais e sub-superficiais de captação de água através de mapeamento de zonas de qualidade de água (Maquasu)”, foi financiado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), estando em fase final de elaboração.
Comentários