VIDA URBANA
Alunos que fraudaram prova do Enem devem perder vaga na universidade
Professores de cursinho de Campina Grande eram usados para fraudar Enem.
Publicado em 27/01/2017 às 17:09
Os candidatos que entraram na universidade fraudando o Enem deverão perder a vaga. De acordo com o Procurador da República Celso Leal, responsável pela investigação que descobriu um esquema de fraude ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que envolve um cursinho pré-vestibular de Campina Grande afirmou que as investigações continuam e mais pessoas podem ser denunciadas.
O Ministério Público Federal (MPF) no Ceará apresentou, na quinta-feira (26), denúncia à Justiça Federal que sete pessoas estavam envolvidas em um esquema que fraudava o Enem, buscando a aprovação de candidatos principalmente em cursos de medicina em instituições públicas e privadas de ensino superior. De acordo com o MPF, dois dos envolvidos são donos de um cursinho pré-vestibular em Campina Grande. Ainda de acordo com o órgão, os professores desse cursinho atuavam como "pilotos", resolvendo as provas e repassando os gabaritos.
Segundo o Procurador, a esquema de fraude foi descoberto através de candidatos que foram pegos no momento do crime. "Os candidatos estavam fazendo a prova do enem nas cidades de Porteiras e Juazeiro do Norte, no Ceará, através dele chegamos a outros envolvidos no esquema", afirmou. Os candidatos que foram pegos durante a aplicação do Enem serão foram denunciados pelos crimes de fraude em certames de interesse público, e podem pegar a pena de 1 a 4 anos de reclusão. Os reponsáveis pela organização do esquema foram denunciados pelos crimes de associação criminosa e de fraude em certame de interesse público, podendo assim pegar uma pena maior que os alunos.
Celso ainda afirma que o Ministério Público continua investigando se houve outros candidatos benefeciários pelo esquema de fraude e que conseguiram entrar em alguma univerisdade. "Com o andamento das investigações se descobrimos se algum candidato ingressou em uma universidade se beneficiando deste esquema fraudulento o MPF pedirá que o mesmo perca a vaga na instituição", comentou.
O cursinho de Campina Grande não será responsabilizado pelos crimes, pois, de acordo com o Procurador, os denunciados foram afastados da administração da empresa, e a estrutura do cursinho não foi utilizada durante a fraude, exercendo a atividade de forma legal. A denúncia deve ser aceita pela Justiça Federal e as partes notificadas para que o processo tenha andamento e as investigações sejam ampliadas. Foram denunciados: Gerônimo Manoel do Nascimento Neto, Oswaldo Bezerra Cascudo Filho, Erivaldo Rumão da Luz, Valquira Souza Gomes, José Honorato Leite, Suzana Bernardo de Oliveira e Heloyse Nascimento Lima.
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