VIDA URBANA
Após 15 dias sem visitas, novo diretor reabre portas do Presídio do Roger
Detentos voltam a ver familiares duas semanas depois da decisão da Justiça que determinou a suspensão das visitas no Presídio do Roger durante um mês.
Publicado em 19/07/2009 às 11:41
Karoline Zilah
Duas semanas após a decisão da Justiça que suspendeu as visitas no Presídio do Roger durante um mês, a unidade reabriu as portas para que os parentes pudessem reencontrar seus familiares detidos. O dia de retorno das visitas aconteceu neste domingo (19), desta vez sob a supervisão de um novo diretor e com esquema de segurança reforçado.
Jiddu Fernandes assumiu a penitenciária no lugar de Dinamérico Cardim, afastado enquanto uma comissão apura denúncias de maus tratos contra os detentos. Ele fez um balanço da reabertura dos portões e afirmou que tudo transcorreu dentro da “normalidade”.
“Os familiares estão comparecendo e até o momento não surgiu nenhum tipo de irregularidade. Tomamos algumas providências e decidimos intensificar a fiscalização. Para isso, pedimos reforço para aumentar o número de agentes penitenciários no setor de revista”, relatou Jiddu Fernandes.
A partir deste domingo, os detentos do Presídio do Roger voltam a receber visitas aos domingos, quartas-feiras (visitas íntimas) e sextas-feiras (para os apenados considerados de alta periculosidade que tenham se envolvido em desavença com outros presidiários).
Entenda o caso
A suspensão das visitas e o relacionamento de conflito de Dinamérico Cardim com os familiares dos presos foi um dos motivos que impulsionou a saída dele da administração da unidade. O ex-diretor pediu à Justiça autorização para suspender a entrada de parentes no presídio depois que um detento foi morto no pátio em pleno dia de visitas.
No primeiro dia de suspensão, os parentes se revoltaram e fizeram um protesto. Após uma segunda manifestação em frente à Assembleia Legislativa, representantes do Governo do Estado receberam uma comissão de esposas de detentos e ouviram as denúncias.
A decisão só foi revogada após a substituição de Dinamérico. Outro fato que motivou a saída do diretor foi o vídeo que vazou que na internet com imagens de espancamento contra Carlos José dos Santos, o acusado da chacina do Rangel.
A Secretaria de Cidadania e Administração Penitenciária do Estado afastou o diretor para investigá-lo e, após uma perícia, confirmou que as agressões ocorreram dentro da unidade penitenciária, em João Pessoa. No entanto, até o momento não foi evidenciada a participação do ex-diretor no episódio.
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