Após 50 anos, hospital da FAP de CG fecha serviço de pediatria

Após 50 anos atendendo a crianças de Campina Grande, da região e até de outros estados, o Hospital da FAP (Fundação Assistencial da Paraíba) pretende fechar seu serviço de pediatria até o final deste mês. O pedido de descredenciamento dos 22 leitos do setor já foi encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde, e as principais justificativas da direção são os prejuízos financeiros, a carência de médicos pediatras e a opção de direcionar o atendimento para a área oncológica.

A direção do hospital prevê um período de transição após a suspensão dos atendimentos, quando as consultas ambulatoriais deverão ser assumidas pelas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) da Palmeira e de bairros vizinhos, e a população receberá orientação sobre em que hospitais conseguirá os serviços de pediatria em Campina Grande.

A previsão de encerramento dos serviços de pediatria no Hospital da FAP para maio foi definida, segundo o gestor da instituição, Helder Macedo, numa reunião com a Promotoria da Infância de Campina Grande e a Secretaria de Saúde, em janeiro deste ano, quando foi definido um prazo de 120 dias.

Helder Macedo explica que quando a FAP entrou em funcionamento, há 50 anos, existia uma grande demanda por serviços de pediatria em Campina Grande, mas que nos últimos anos a instituição vem constatando uma queda na ocupação dos leitos dessa área e os custos com a manutenção do serviço geram um déficit financeiro. “Em 2014 esse déficit chegou a R$ 600 mil e não temos como arcar com ele”.

A ocupação média mensal dos leitos da FAP fica hoje em torno de 45% e o hospital também enfrenta dificuldades em conseguir médicos pediatras para o serviço. “Temos dificuldades de conseguir profissionais e os 13 que temos não podem se desdobrar para atender consultas, realizar assistência na UTI neonatal e nas salas de cirurgias obstétricas', explica Helder.

Quando o atendimento for encerrado na FAP, ele passará a ser realizado no Hospital da Criança. Essa definição também aconteceu na reunião entre a instituição, a Secretaria Municipal de Saúde e o Ministério Público.

A secretaria não quis comentar o assunto, mas por meio da assessoria de comunicação, a secretária Luzia Pinto informou que só pretende explicar para onde serão remanejados os leitos daquela instituição, após uma reunião com o Ministério Público sobre o tema prevista para o dia 12 deste mês.

Hoje a secretaria realiza um diagnóstico para atualizar seus dados sobre a área de pediatria e não informou a quantidade de leitos em Campina Grande, em hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS).