VIDA URBANA
Após inspeção, CNJ vai pedir desativação do presídio do Roger
Inspeção aconteceu nesta quarta (12) e mutirão carcerário constatou que o presídio do Roger precisa ser desativado por falta de condições mínimas para abrigar os 900 detentos.
Publicado em 13/01/2011 às 12:39
Da Redação
Com CNJ
A Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, mais conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa, precisa ser desativado por falta de condições mínimas para o aprisionamento dos cerca de mil presos que lá vivem. A recomendação será feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no relatório final do mutirão carcerário que começou nesta quarta-feira (12) no Estado da Paraíba.
O mutirão carcerário constatou superlotação no presídio do Roger
A informação é do supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, o conselheiro Walter Nunes, que acompanhou o primeiro dia da mobilização na capital paraibana.
“Adiantamos que vamos sugerir a desativação do Presídio do Roger, que não tem condições de abrigar os mil presos (a capacidade atual é para 400 presos)”, afirmou Walter Nunes.
Irregularidades
No Pavilhão 4 do presídio, o chão do corredor se encontra forrado por restos de comida, o que acabou gerando uma enorme concentração de moscas, que infestam o espaço entre as celas. Dentro delas, 23, 28, 30 pessoas dividem o espaço criado para abrigar 12 pessoas, no máximo. Na presença do juiz coordenador do mutirão na Paraíba, Paulo Irion, os detentos denunciaram problemas na comida, sem sal e carne.
Pela manhã, os juízes e outros participantes do mutirão inspecionaram outra unidade prisional, o Presídio de Segurança Máxima de João Pessoa (PB1). A realidade é bem diferente, não existe super-lotação – das 800 vagas, apenas pouco mais de 500 estão efetivamente ocupadas. O mutirão carcerário do CNJ vai continuar na Paraíba até, pelo menos, o dia 11 de fevereiro. São cerca de 8,5 mil processos que começaram a ser analisados nesta quarta.
Constatação
Durante uma inspeção surpresa, em dezembro passado, os integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão da Paraíba (CEDDHC) verificaram itens referentes à lotação do presídio e segurança, estrutura da penitenciária, saúde, alimentação, educação e trabalho, além de ouvirem denúncias de presos.
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