VIDA URBANA
Arquidiocese vive um 'racha'
A postura do arcebispo, segundo o grupo contrário, não condiz com as atitudes de um bispo, que, na doutrina católica, representa o sucessor dos apóstolos, como Pedro e João.
Publicado em 30/08/2015 às 6:30
Falta de comunhão e dispersão de padres. Esse é o cenário atual da Arquidiocese da Paraíba. Segundo o grupo de padres que conversou com o JORNAL DA PARAÍBA, embora a situação seja crítica, a recomendação é que os religiosos evitem comentar assuntos dessa natureza fora da Igreja. Há uma clara e forte divisão na Igreja Católica da Paraíba: os que apoiam dom Aldo e os que o condenam.
A postura do arcebispo, segundo o grupo contrário, não condiz com as atitudes de um bispo, que, na doutrina católica, representa o sucessor dos apóstolos, como Pedro e João.
Outro padre que não quis se identificar conta que a Arquidiocese vive um caos.
“A capacidade evangelizadora da Igreja está comprometida com um clero desunido e distante. Pagotto perdeu a credibilidade da sociedade e dos religiosos”, afirma.
Ele diz que sente saudades do tempo de dom José Maria Pires e dom Marcelo Carvalheira, antecessores de Aldo. Com tantos problemas que os padres dizem ter, houve uma falência pastoral.
As críticas a dom Aldo incluem as de que ele permitiu a vinda de seminaristas que teriam sido expulsos de outras dioceses.
“Aqui na Paraíba essas pessoas foram acolhidas como se tivessem um histórico limpo. As decisões foram tomadas unicamente por dom Aldo e contribuíram para a desunião que vivenciamos hoje”, critica o padre.
Segundo ele, a arquidiocese abriu portas para rapazes expulsos de seminários de Fortaleza (CE), Olinda e Recife (PE) e outras cidades.
Essa atitude do arcebispo, segundo o grupo de padres insatisfeitos, culminou com a divisão da Igreja. Daí, instalou-se o clima de perseguição a quem contrariasse os interesses e decisões de Pagotto.
A condução do seminário, a propósito, é uma das principais divergências entre os bispos e parte do clero. O atual perfil do seminário, segundo os padres, é conservador.
“Os rapazes que lá estão só se interessam pela liturgia e recebem uma formação que os distancia do povo”, conta outro padre.
Sai ou não sai
Respondendo às especulações sobre uma possível saída do arcebispo, a arquidiocese informou que “a única certeza que existe é que um arcebispo, ao completar 75 anos, é obrigado a pedir renúncia”. A distância entre a idade limite e a de Pagotto atualmente é de 9 anos. A arquidiocese afirma que, mesmo em meio às denúncias, dom Aldo nunca cogitou renúncia. Foi informado ainda que a decisão soberana sobre a permanência de um bispo é do papa, autoridade máxima da Igreja Católica. O anúncio sobre transferências de bispos acontece sempre às quartas-feiras.
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