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VIDA URBANA

Automedicar crianças significa risco em dobro

Pediatra diz que pequenos são as principais vítimas da prática, para curar virose e resfriado .

Publicado em 29/11/2015 às 8:00

Analgésicos e anti-inflamatórios são medicamentos que não faltam na casa da aposentada Joseana Lima. Ela mantém o hábito de ter em casa uma caixinha com vários comprimidos. A última vez que recorreu à famosa 'farmacinha' foi para aliviar as dores de barriga e mal-estar do neto, de 5 anos, que sentiu após comer um lanche na rua. Ela conta que o menino melhorou, no entanto, em se tratando de automedicação, o risco é em dobro para as crianças, segundo alertam os pediatras.

Apesar de estar na parcela da população que consome remédio por conta própria, o casal Renata Santana e Edvan dos Santos age corretamente quando algum problema de saúde afeta uma das filhas deles, de três e cinco anos.

“A gente toma mais comprimido para dor de cabeça, algum mal-estar, inflamação. Mas quando as meninas adoecem a gente vai no posto para falar com o médico porque com criança é mais grave”, disse Edvan dos Santos. Ele ainda confessa que reconhece os riscos para a saúde dos compridos que toma para dor de cabeça. “A gente toma, mas não sabe se vai fazer efeito ou se pode causar outro problema. Até agora nunca me fez mal”, acrescenta.

A pediatra Cláudia Suênia Muniz revela que as crianças são as principais vítimas de automedicação para combater viroses e resfriados, o que pode ocasionar danos no estômago, intestino e até falência hepática onde há risco de morte. “A dosagem de medicamento específico para a criança é baseada no peso dela, e muitos pais, quando fazem automedicação, podem fazer essa conta errada e isso pode até mesmo agravar o quadro de saúde do paciente”, explicou.

A médica lembrou ainda que as crianças podem sofrer intoxicação no caso de superdosagens, o que pode prejudicar o funcionamento do sistema renal, que, no caso da criança, ainda está em formação. Outra situação recorrente de automedicação em crianças é quando os pequenos reapresentam sintomas de um problema de saúde e os pais repetem os mesmos medicamentos sem consultar novamente o pediatra.

“No caso das viroses e alergias nem sempre uma tosse vai se referir à mesma doença para a qual foi recomendada a medicação anterior. Isso é ainda mais grave quando é ministrado o uso de antibióticos que, se mal utilizados, podem gerar uma resistência bacteriana e aí o médico vai optar por outro medicamento mais forte e a situação da criança pode piorar, dependendo do problema”, detalhou Cláudia Suênia Muniz.

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Jornal da Paraíba

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