Bandidos atacam 243 casas

Por dia, uma casa é arrombada, em média, na Região Metropolitana de João Pessoa. Só nos primeiros nove meses deste ano, foram 243 casos desse tipo registrados em quatro cidades litorâneas. Desse total, 114 ocorreram na capital, outros 55 em Santa Rita, 36 em Cabedelo e 38 no município de Bayeux.

Os dados são do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace), da Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds), e mostram que a incidência dessa modalidade de crime que, antes era predominante apenas em áreas nobres, está se expandindo também para localidades mais populares.

Em João Pessoa, por exemplo, os bairros com maior registro de arrombamentos neste ano foram Oitizeiro (13), seguido por Mangabeira (13) e Cristo Redentor (11). No município de Santa Rita, localizado a 16 quilômetros da capital, as comunidades mais atingidas foram Tibiri, que teve 18 arrombamentos e Várzea Nova, com 13.

O titular da Delegacia de Roubos e Furtos contra o Patrimônio, Francisco Basílio Rodrigues, que tem mais de 24 anos de experiência policial, observa que até alguns anos atrás os arrombamentos só eram praticados contra residências instaladas em bairros que possuíam moradores de alto poder aquisitivo, a exemplo de Cabo Branco, Altiplano, Tambaú e Manaíra.

No entanto, houve uma migração desse tipo de ocorrência. Além de passarem a atuar também em áreas com população de renda mais baixa, os criminosos resolveram elevar o grau da violência praticada contra as vítimas.

“Antes, as residências eram só furtadas, ou seja, os bandidos arrombavam o local no momento em que o proprietário estava ausente e não havia violência física. Mas, hoje, estamos verificando que os casos são de roubo mesmo, seguido de ameaças, espancamento e de vítimas sendo feitas de reféns”, afirmou.

O caso mais recente de arrombamento com requintes de violência ocorreu na madrugada do último dia 27, no bairro Jardim Aeroporto, em Bayeux. Dois homens invadiram a casa que estava ocupada por uma família e roubaram aparelhos eletrônicos, celulares, relógios e ainda estupraram a dona da residência. Uma viatura fazia rondas no local e foi acionada por um vigia de rua, que desconfiou da movimentação da dupla. Os dois suspeitos foram presos e os pertences roubados recuperados, mas o estupro já havia sido praticado.