VIDA URBANA
Bradesco, Unibanco e Itaú conseguem liminares para abrir portas
Para Justiça do Trabalho, grevistas não podem impedir entrada de clientes e funcionários em agências do Bradesco em JP e do Itaú/Unibanco em sete cidades.
Publicado em 01/10/2010 às 11:26
Karoline Zilah
As agências dos bancos Bradesco em João Pessoa e Itaú/Unibanco em sete cidades da região metropolitana da Capital ganharam na Justiça do Trabalho o direito de abrir suas portas para funcionários e clientes, mesmo durante a greve dos bancários. Os juízes Arnóbio Teixeira de Lima e Wolney de Macedo, respectivamente da 1ª e da 5ª Vara do Trabalho, ainda determinaram que o Sindicato dos Bancários paguem multa diária de R$ 10 mil por agência onde o acesso for impedido.
O objetivo das liminares obtidas a partir de ações de interdito proibitório é permitir o acesso de empregados que não aderiram ao movimento, prestadores de serviços e clientes.
Na quinta-feira (30), oficiais de Justiça tentaram cumprir a liminar em favor do Bradesco, mas foram impedidos por grevistas que se recusaram a assinar o documento. “Não recebemos pois não temos poderes legais para tal, cabendo somente ao presidente do sindicato essa incubência”, frisou o bancário Marcelo Lima, do comando de greve.
O sindicalista Marcos Henriques, representante da classe, informou ao Paraíba1 que ainda não foi notificado oficialmente sobre as liminares. Segundo ele, a greve é um direito do trabalhador, e seus trâmites estão sendo cumpridos rigorosamente. “Infelizmente, os bancos estão se valendo desses despachos para coibir o movimento dos bancários”, declarou. Ele contabiliza que o índice de adesão à paralisação chegou aos 95% no segundo dia de greve.
Para cumprir as determinações, os oficiais de Justiça solicitaram reforço policial. No caso dos bancos Itaú e Unibanco, pertencentes ao mesmo grupo empresarial, foram autorizadas as aberturas das agências de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Conde, Caaporã, Pitimbu e Alhandra, áreas que estão sob a jurisdição da 1ª Vara do Trabalho na Capital. O magistrado Arnóbio Teixeira de Lima determinou que o sindicato não pratique atos contra a posse dos imóveis.
O mesmo foi decidido pelo juiz Wolney de Macedo, na 5ª Vara, em favor do Bradesco. Ele acolheu o pedido de liminar da instituição financeira para que sejam retirados imediatamente cadeados, correntes e veículos utilizados pelo sindicato para impedir a entrada nas agências de João Pessoa.
O advogado David Rocha, por sua vez, afirmou ao Jornal da Paraíba que o interdito proibitório não discute o direito de greve, apenas pede que os funcionários que não aderiram ao movimento e os clientes possam entrar na agência. “Entramos na Justiça do Trabalho requerindo que o proprietário possa usufrir de seu bem. Queremos garantir o livre acesso das pessoas à agência”, garante. Ainda segundo David, não há nenhuma coesão por parte do banco , ou ameaças, para que os funcionários voltem ao trabalho.
Reivindicações
A categoria reivindica reajuste salarial de 11% e aumentos nos pisos salariais para quem trabalha em portaria, escritório, caixas, comissionados e gerentes. Também são cobrados aumentos dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e do auxílio-creche/babá para R$ 510. Os grevistas também pleiteiam Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos, previdência complementar e mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
Em Campina Grande, as filas aumentam
No segundo dia da greve dos bancários, a movimentação foi intensa nas principais agências do centro de Campina Grande. Apesar da garantia dada pelo sindicato da categoria, que representa 17 municípios, de que a reposição do dinheiro nos caixas eletrônicos seria mantida normalmente, muitos usuários se apressaram para evitar o desabastecimento.
Ao todo, cerca de 850 funcionários de 62 agências bancárias e postos de atendimento da região paralisaram as atividades, só em Campina Grande são 42. Alguns serviços terceirizados continuam sendo fornecidos em alguns bancos. É o caso dos atendentes responsáveis pela ajuda aos usuários de caixas eletrônicos. Mesmo nas unidades onde não há este tipo de profissional, os bancários continuam prestando informações, principalmente aos idosos e portadores de necessidades especiais.
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