VIDA URBANA
Cabo é expulso da PM por comércio de armas
Policial foi preso em flagrante tentando vender uma arma; ele foi expluso após instauração de processo administrativo disciplinar.
Publicado em 10/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:49
O cabo Dantas, do 5º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba (PM), foi expulso da corporação na última terça-feira acusado de envolvimento com o comércio ilegal de armas. Segundo a corregedoria da PM, a prisão do policial aconteceu em abril do ano passado no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, e foi instaurado um conselho de disciplina que apurou o caso, culminando na expulsão do policial. Em 3 anos, já foram expulsos 36 policiais envolvidos em ações criminosas.
De acordo com o corregedor da PM, coronel Gerônimo de Araújo, o flagrante do policial aconteceu durante ação realizada pela Polícia Civil. “Nós estávamos monitorando o atravessador, que é quem fornece armas para bandidos, e flagramos o cabo tentando vender uma arma não registrada”, explicou.
No momento do flagrante, um colete à prova de balas e três armas foram apreendidas, dentre elas uma 380 de origem não identificada, que estava com o cabo da PM. Segundo o corregedor da PM, os dois foram presos em flagrante e a corregedoria propôs a instauração de um conselho de disciplina. “Esses conselhos servem para apurar a conduta de policiais que se envolvem em crimes e transgressões disciplinares graves, é quando verificamos se ele tem ou não condições de permanecer na corporação”, completou.
Segundo o corregedor da PM, a atitude do policial pode ser considerada como uma “afronta à moral da conduta militar, uma conduta considerada gravíssima”. “Um policial que tem a obrigação de defender a sociedade e os direitos da corporação não pode fazer uma coisa dessas. Com essa atitude, ao invés de proteger, ele arma um bandido que pode se voltar contra nós e contra a própria população”, opinou. O cabo Dantas já possuía 20 anos de corporação e possuía mais de 90 registros de elogios, segundo o corregedor.
Desde 2011 a corregedoria da PM vem realizando ações para coibir a corrupção dentro dos quadros da Polícia Militar. Segundo o coronel Gerônimo, além dos 36 policiais afastados durante os últimos três anos, ainda são incontáveis dentro da corporação o número de procedimentos instaurados para apurar casos de policiais envolvidos nos mais diversos tipos de crime.
Atualmente, o corregedor lembrou o caso de um policial que também está sendo excluído, dessa vez na cidade de Campina Grande. “Temos mais uma exclusão para sair em breve, o caso de um policial que foi preso portando várias armas, um colete à prova de balas e bananas de dinamites”, acrescentou.
De acordo com o corregedor da PM, esses casos são constantemente avaliados pela corregedoria a fim de coibir a prática criminosa dentro de uma instituição que deveria ser responsável apenas pela proteção da população. “Eu não tenho nem como contabilizar os processos que temos atualmente sendo avaliados, mas posso garantir que esse é um trabalho diário. Agimos através de denúncias da população e procedimentos internos para garantir profissionais comprometidos com a segurança da população”, concluiu o corregedor.
A reportagem tentou entrar em contato com o cabo expulso, mas não obteve êxito.
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