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VIDA URBANA

Campina Grande: oportunidades desiguais

Pelo menos 56% dos empregados que são moradores de aglomerados subnormais em CG sobrevivem com apenas R$ 339.

Publicado em 07/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:52

Em Campina Grande, 28.725 pessoas vivem em aglomerados subnormais, as chamadas favelas, o que equivale a 7,46% da população local. Desse total, 47,5% não possuem carteira assinada, o que revela a desigualdade de oportunidades entre as pessoas que vivem nestas áreas e as que estão fora dos ambientes periféricos, uma vez que, dentro desse segundo grupo, apenas 29,3% dos empregados não possuem CTPS assinada.

Com isso, a renda dos trabalhadores residentes nas favelas campinenses, na maioria dos casos, é de até meio salário mínimo. Pelo menos 56% dos empregados que são moradores de aglomerados subnormais em Campina sobrevivem com apenas R$ 339, conforme dados do Censo 2010 – Aglomerados Subnormais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sem renda, os moradores dos aglomerados ficam sem condições para adquirir bens. De acordo com a pesquisa, os campinenses residentes de favelas têm menos veículos, máquinas de lavar e acesso à internet do que a população de outras áreas do município. No caso da máquina de lavar roupa, observou-se que apenas 10,6% dos domicílios em aglomerados subnormais campinenses tinham esse bem, contra 33,4% de outras áreas.

Em relação à posse de microcomputador, a proporção dos domicílios com este equipamento foi de 11,3% em aglomerados e 40,6% em outras áreas. Levando em consideração a posse de computador com acesso à internet, a diferença é ainda maior, sendo 8,4% e 33,5%, respectivamente. Já com relação a posse de veículos, apenas 15,5% dos residentes de favelas possuem motocicleta e 11,5% possuem carro.

GEOGRAFIA

Com relação à situação geográfica dos aglomerados subnormais de Campina, o IBGE constatou que os domicílios destas áreas estavam predominantemente em locais com declive moderado (72,8%) e eram predominantemente compostos por um pavimento (95,6%). Os acessos a estas moradias, em 75,2% dos casos, é feito por ruas e em demais situações (24,8%) através de becos ou travessas.

A localização das favelas campinenses, conforme verificado pelo Censo 2010, concentra-se predominantemente próximas a ferrovias (742 domicílios) e linhas de transmissão (471 domicílios). Também há moradias de aglomerados subnormais às margens de córregos, rios ou lagos/lagoas, totalizando 507 domicílios nestas condições.

No tocante à educação, a pesquisa revelou que há uma severa desigualdade, com apenas 1,7% da população residente nestas zonas periféricas tendo concluído o nível superior, enquanto que entre a população de outras áreas o percentual é de 15,1%.

POPULAÇÃO

Para a população que reside nos aglomerados subnormais de Campina Grande, a pesquisa do IBGE simplesmente comprova a situação precária na qual vivem milhares de campinenses. Maria dos Santos, de 20 anos, conta que as condições de vida na chamada “Favela do Papelão”, no bairro do Dinamérica, são subumanas. “O esgoto é a céu aberto, não temos piso nos nossos barracos e quando chove é que a situação se agrava, porque a água entra dentro de casa. Além disso, a gente convive todo dia com ratos, baratas e insetos”.

Por causa dessa situação, Maria teve que abrir mão da filha de três anos, porque a casa onde mora não tem condições de abrigar a criança, que é asmática. “Agora ela mora com a minha sogra", contou.

Na 'favela do papelão' falta infraestrutura básica e população vive em condições insalubres (Foto: Magnus Menezes)

PREFEITURA TENTA MELHORAR SITUAÇÃO

Diante da realidade precária na qual vivem milhares de campinenses que residem em aglomerados subnormais da cidade, a Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) está executando um plano de ação para melhorar as condições de vida desta população. O prefeito Romero Rodrigues informou que a gestão municipal está destinando uma área de 150 hectares, no bairro do Ligeiro, para construção de 5 mil unidades habitacionais dotadas de toda infraestrutura urbana e sanitária, que serão destinadas à população de baixa renda, dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Ele também anunciou que os moradores da “Favela do Papelão” serão transferidos, até o final deste ano, para apartamentos no bairro das Cidades, pelos quais cada família pagará valor simbólico de R$ 30 mensais por um período de 10 anos e se tornará dona de um imóvel residencial. “Esta comunidade é a que vive em piores condições na cidade e temos agido para transformar a vida daquelas pessoas, garantindo moradia digna para elas. Ainda neste mês de novembro vamos dar início à transferência e esta favela vai deixar de existir até o final do ano”, disse.

Romero destacou que outras iniciativas estão sendo executadas no sentido de dotar as áreas periféricas de melhores condições. Para isso, a prefeitura enviou projeto ao governo federal e conseguiu a aprovação dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II, para obras de urbanização e pavimentação de localidades como Promorar, Ramadinha I e II, Conjunto Mariz, Conjunto Sonho Meu e Conjunto Grande Campina.

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Jornal da Paraíba

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