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VIDA URBANA

Câncer de boca faz mais de 200 vítimas na Paraíba

Em 2014 a Paraíba teve diagnosticados 290 novos casos da doença; campanha educativa está sendo realizada em Campina Grande.

Publicado em 24/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:04

Homens e mulheres com mais de 40 anos, que sejam fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas devem ficar atentos à incidência de câncer de boca. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que em 2014 a Paraíba teve diagnosticados 290 novos casos da doença, o que deve se repetir este ano, já que a incidência em 2015 deve ser a mesma. Dos pacientes confirmados 170 foram em homens e 120 em mulheres após serem identificadas lesões sem cicatrização.

Para tentar diminuir o número desses casos, a Secretaria de Saúde de Campina Grande, através da Coordenação de Saúde Bucal do município, iniciou ontem a Semana de Prevenção e Detecção do Câncer de Boca que prevê diagnosticar a doença em estágio inicial. Esta primeira ação que se estenderá até a próxima sexta-feira está sendo focada na zona sul da cidade no distrito sanitário IV, que ao longo desses dias deve receber mais de 600 usuários para exames preventivos.

De acordo com Cassandra Gomes, coordenadora de Saúde Bucal, a partir dessa atividade preventiva o município poderá iniciar o preenchimento de dados estatísticos para saber quantos pacientes acometidos da doença existem na cidade. Segundo ela, em cada um dos seis distritos sanitários que Campina Grande foi dividida, os agentes de saúde irão atuar na informação e condução dos usuários aos postos para que os exames sejam feitos e se detectado algum sintoma da doença eles serem levados ao tratamento específico.

“É importante que as pessoas façam o autoexame para verificar se há alguma anormalidade na boca. Se há manchas, ferida que não cicatriza há mais de 15 dias, e procurem o atendimento nos postos do Programa Saúde da Família. Nesses locais os dentistas estarão prontos para analisar se há alguma área avermelhada que merece atenção especial. Começamos essa campanha de prevenção no distrito IV, e ao longo do mês de abril vamos para o distrito II. A nossa previsão é que até o início do 2° semestre todas as áreas sejam assistidas”, disse Cassandra.

Já no primeiro dia da campanha, na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro do Tambor, a aposentada Teresinha Gomes, 64 anos, foi realizar uma consulta para detectar possíveis sinais de câncer bucal. “Não tenho nenhum sintoma, mas sei da incidência de câncer, que é alta, e prefiro me prevenir. Faço o exame sempre e também estimulo meus familiares a vir”, contou.

No entanto, Teresinha é uma exceção. De acordo com o dentista da UBS Klerysson Alves, a faixa etária mais propícia a desenvolver esse tipo de doença é que mais resiste em fazer os exames. “Por serem pessoas com mais idade, às vezes eles acham desnecessário vir ao médico ou têm medo de fazer os exames. A importância dessa campanha é justamente conscientizar esse público e conversar com eles sobre seu histórico, pois ele também pode dizer muito sobre a doença. Esperamos atender, pelo menos, 25 pessoas por dia”, frisou.

SINTOMAS DO CÂNCER DE BOCA

- Ferida na boca sem cicatrização
- Dor na boca que não passa
- Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
- Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amídala ou revestimento da boca
- Irritação, dor na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
- Dificuldade ou dor para mastigar ou engolir
- Dificuldade ou dor para mover a mandíbula ou a língua
- Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
- Dor em torno dos dentes ou mandíbula
- Mudanças persistentes na voz ou respiração ruidosa
- Caroços no pescoço
- Mau hálito persistente
*Fonte: Inca

Imagem

Jornal da Paraíba

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