VIDA URBANA
Capacitação de profissionais para lidar com microcefalia começa hoje
O programa de capacitação será lançado na noite desta segunda-feira (17).
Publicado em 17/10/2016 às 9:20
Os profissionais das áreas da saúde e educação, servidores da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), vão receber treinamento para realizarem procedimentos no tratamento das crianças diagnosticadas com a microcefalia. O programa de capacitação será lançado na noite desta segunda-feira (17), no bairro do Catolé, e pretende preparar cerca de 200 profissionais dentro do projeto Zikalab (Laboratório de Formação do Trabalhador da Saúde no Contexto do Vírus Zika).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o projeto é realizado em apenas seis cidades brasileiras, onde foram registrados os maiores números de casos de microcefalia. O Zikalab consiste em um programa de capacitação de profissionais de saúde para atuar no acompanhamento das crianças com microcefalia e outros distúrbios causados pela Síndrome Congênita do Vírus Zika. A ideia é capacitar os trabalhadores para que eles realizem procedimentos padrões, em todo o país, no tratamento das crianças.
Ainda de acordo com a secretaria, cerca de 200 profissionais vão ser capacitados e a maior parte é de trabalhadores com atuação na rede pública de saúde, mas os profissionais da educação também serão capacitados. Pessoas de outros 31 municípios, onde há crianças com microcefalia, também vão assistir às aulas.
A previsão é de que as aulas sejam iniciadas na próxima quinta-feira (20), na Escola Superior de Aviação Civil (ESAC), com turmas nos períodos da manhã e da tarde. As aulas seguem nos dias 21, 24 e 25 de outubro, além de 8, 9, 10 e 11 de novembro. O curso, com duração de 60 horas, será dividido em módulos sobre gestão em saúde, saúde da mulher e da criança, prevenção ao Zika e estimulação precoce para o recém-nascido com microcefalia.
O projeto é organizado pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (IPADS), o Ministério da Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a empresa Johnson & Johnson. Em Campina, o projeto recebeu apoio da prefeitura municipal.
Redes de Inclusão
O Unicef já realiza um trabalho de capacitação dos profissionais por meio do projeto “Redes de Inclusão”, em Campina Grande, que forma trabalhadores da saúde, da educação e da assistência social da cidade e de outros municípios. O objetivo é preparar as equipes da atenção primária nos postos de saúde para atendimento às famílias. O Redes de Inclusão também capacita cuidadores e auxiliares pedagógicos para trabalhar nas creches e escolas da cidade. Além disso, o projeto oferece apoio às gestantes e famílias, desenvolvendo a capacitação para o estímulo do desenvolvimento das crianças em suas residências.
Ações
A Prefeitura de Campina Grande já realiza capacitações com profissionais de saúde de vários municípios e formando profissionais de educação para atuar nas creches. Além disso, a Secretaria de Saúde também promove oficinas de estimulação precoce para as famílias. O Ambulatório Especializado em Microcefalia, do Hospital Municipal Pedro I, já atende 117 crianças e mais de 900 mulheres. O local tem fisioterapeuta, neurologista, cardiologista, oftalmologista, fonoaudiólogo, odontólogo e outros acompanhamentos. As famílias também são assistidas por psicólogos e assistentes sociais. A PMCG também municipalizou os serviços da AACD, espaço que poderá oferecer serviços de fisioterapia a estas crianças após o crescimento e já estuda a possibilidade de ofertar mais serviços no novo Centro Regional de Reabilitação e Assistência em Saúde do Trabalhador (Cerast)
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