VIDA URBANA
Casas do PSH não são concluídas na capital
Programa do governo federal, previa a substituição de casas de taipa e deveria ser supervisionado pela PMJP, mas obras não foram concluídas.
Publicado em 20/09/2012 às 6:00
A interrupção das obras de pelo menos dez casas populares está causando transtornos a famílias de João Pessoa. As moradias começaram a ser feitas com dinheiro público, oriundo do Programa de Subsídio Habitacional (PSH). A iniciativa, criada pelo governo federal, substitui casebres de taipa ou em precárias condições de infraestrutura por outras de alvenaria.
Os trabalhos são supervisionados pela Prefeitura de João Pessoa e deveriam ficar prontos no máximo em 60 dias. No entanto, isso não ocorreu. No bairro do Grotão, onde existem pelo menos três moradias sendo feitas com verbas do PSH, as famílias reclamam que os serviços começaram há sete meses e que foram paralisados há 90 dias. Já a construtora responsável pelo trabalho culpa os operários pelo atraso e interrupção das obras.
Segundo o secretário municipal de Habitação de João Pessoa, José Guilherme, a prefeitura não tem responsabilidade direta sobre o assunto, porque a empresa foi contratada por uma comissão de moradores e não pelo poder municipal, já que o PSH permite a participação comunitária no processo de construção das casas.
Apesar disso, Guilherme fará uma reunião na próxima semana com o representante da construtora para buscar uma solução. Ele explicou que a firma atrasou a entrega das casas e, por isso, teve os recursos federais bloqueados, o que dificultou ainda mais a conclusão dos trabalhos.
“As casas estão praticamente prontas, com 98% da estrutura concluída. Algumas faltam apenas a colocação de portas e janelas. Iremos discutir uma forma de resolver isso e entregar as moradias às famílias. Mas esse problema é isolado. De quase quatro mil casas construídas na cidade através do PSH, só tivemos problemas com essas dez, que ficaram sob a responsabilidade da mesma construtora”, disse.
No bairro do Grotão, três casas começaram a ser construídas no início deste ano e ainda não estão totalmente prontas. Um dos prejudicados é o aposentado Joaquim João Mendes, 81 anos. A casa dele estava em precárias condições e foi demolida. No terreno, foi erguida outra. O serviço começou em março deste ano e a família precisou se abrigar um cômodo instalado no quintal da residência.
“Disseram para a gente que iam entregar a casa em 30 dias, mas o tempo foi passando, passando e nada aconteceu. Os pedreiros pararam de vir trabalhar e eu decidi me mudar para a casa, mesmo sem ela estar pronta”, diz o aposentado.
Há mais de um mês, Joaquim e mais outras três pessoas vivem na moradia que teve as obras abandonadas. O imóvel não tem ligação elétrica e nem porta da cozinha. Para dormir, os moradores precisam usar tábuas de madeira para fechar a entrada da casa. Perto dali, outra moradora está em situação pior. A casa de Noêmia de França, 21 anos, também começou a ser refeita através do programa habitacional, mas as obras estão paradas há quase três meses. “Aqui, só têm paredes e reboco.
Faltam piso, janelas, portas, pia e vaso sanitário. Agora, estou vivendo com meu filho na casa de meus pais”, conta a jovem.
Comentários