VIDA URBANA
Caso Fernanda Ellen na Justiça
Acusado de matar Fernanda Ellen nega o crime na Justiça e atribui o assassinato a garota que estava com o celular da adolescente.
Publicado em 23/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:35
Em depoimento prestado à Justiça, ontem à tarde, no Fórum Criminal de João Pessoa, Jefferson Luís de Oliveira Soares, 25 anos, acusado de matar a estudante Fernanda Ellen, de 11 anos, em janeiro deste ano, negou a autoria do crime. Em declaração perante a juíza Anna Carla Falcão da Cunha Lima, ele atribuiu o crime a Gil, garota que estava de posse do celular da menina encontrada morta e enterrada na casa do acusado três meses após desaparecer.
O vigilante foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver da estudante Fernanda Ellen. Em depoimento à Justiça, ele negou que tenha roubado o celular e em seguida matado a menina, assumiu apenas a ocultação do cadáver da estudante que foi encontrada enterrada no quintal da casa do acusado já em avançado estado de decomposição.
De acordo com a tese da defesa de Jefferson, ele estava tendo um caso com Gil, a quem afirma ser uma garota de programa, e no dia do assassinato, teria saído de casa à procura de drogas. Ainda segundo ele, quando voltou a garota de programa já havia matado Fernanda Ellen para pegar o celular dela. A garota que o vigilante acusa teria saído da residência dele fazendo ameaças, caso ele a delatasse. Depois de dois dias, Jefferson disse que resolveu enterrar o corpo de Fernanda Ellen. Ele argumentou, também, que só confessou o latrocínio à polícia por medo da Gil e seus “comparsas”.
Segundo a juíza, a garota de programa Gil é acusada, paralelamente, em outro processo, de receptação de material roubado, no caso, o celular de Fernanda Ellen.
Além do acusado, já foram ouvidas no processo as testemunhas de acusação e a declarante, a garota de programa que foi encontrada com o celular da vítima. Não foram apontados testemunhas de defesa. Com estes depoimentos a Justiça foi encerrada a instrução criminal.
Contudo, a juíza Anna Carla Falcão Lima deu um prazo de cinco dias para o Instituto de Perícia Criminal (IPC) entregar o laudo tanatoscópico que vai confirmar a causa da morte de Fernanda Ellen. Após a remessa do laudo requerido ao IPC, o processo será remetido ao Ministério Público e à defesa do acusado para alegações finais. Decorrido o prazo de mais cinco dias para acréscimo das considerações finais, a magistrada vai pronunciar a sentença.
A juíza Anna Carla Falcão atua na 3ª Vara Criminal, em substituição ao juiz Wolfran da Cunha Ramos, titular da unidade, que havia decretado a prisão preventiva de Jefferson Luiz, por verificar presente, nos autos, a prova da materialidade do crime e o perigo da liberdade do acusado.
O pai de Fernanda Ellen, Fábio Oliveira, acompanhou parte do depoimento do acusado. Ele contou que a família está muito abalada e aguarda justiça. “A família está destruída e espera que a Justiça condene o acusado”, declarou.
RELEMBRE O CASO
Fernanda Ellen, de apenas 11 anos, desapareceu no dia 7 de janeiro de 2013, depois de ter ido à escola no bairro do Alto do Mateus, em João Pessoa, buscar as notas finais. Em março último, a polícia chegou a oferecer o recompensa de R$ 10 mil para quem desse notícias sobre o caso.
O corpo da menina foi encontrado, no final da tarde do dia 8 de abril, enterrada em um buraco no quintal do vizinho, Jefferson Luis de Oliveira Soares, 25 anos, que mora a apenas uma residência da vítima. O acusado foi preso e em depoimento a Polícia Civil confessou o crime, sem esclarecer os motivos que teriam levado a matar a menina.
Comentários