VIDA URBANA
Casos de microcefalia triplicam em quinze dias na PB e devem continuar aumentando
SES diz que alta é motivada pela atenção no diagnóstico. Notificações foram de 104 para 316.
Publicado em 10/12/2015 às 8:00
O número de casos notificados suspeitos de microcefalia mais que triplicou, na Paraíba, em 15 dias. As notificações passaram de 104 para 316 casos, representando um aumento de 203,85%, referentes aos dados coletados de 1º de agosto a 20 de novembro. Esse número pode aumentar ainda mais, pois, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), as crianças que já nasceram e não foram notificadas podem ainda ser diagnosticadas com a malformação. Os dados seguem os últimos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS). O último Boletim Epidemiológico nº 3 revelou que os 316 casos estão distribuídos em 56 municípios paraibanos. Na próxima semana, o Estado vai finalizar e divulgar o Plano de Combate ao mosquito transmissor do zika vírus, dengue e chikungunya.
Do total de casos suspeitos, 75% estão na região Metropolitana de João Pessoa, representando assim 163 casos suspeitos da doença. Até o momento, 40 casos, entre o total de suspeitos notificados, foram submetidos a exames de imagem para diagnóstico da microcefalia e todos apresentaram laudos da ultrassonografia dentro dos padrões de normalidade. Contudo, ainda seguem em investigação. “A tendência é aumentar, tendo em vista que a equipe técnica de profissionais da saúde estão mais atentos ao diagnóstico, e a própria população vem procurando mais as unidades da saúde em busca de um diagnóstico, mas isso é natural que aconteça, até mesmo porque existem crianças que podem ainda a vir a ser diagnosticadas”, revelou gerente-executiva de Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega.
Na última terça-feira, o MS divulgou o 'Protocolo de Vigilância e resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à infecção pelo Vírus Zika'. Com a publicação do documento, as vigilâncias dos estados e municípios deverão realizar a detecção dos casos. A principal modificação é com relação ao perímetro cefálico, segundo a idade gestacional e sexo do paciente. Antes do protocolo as crianças eram notificadas como casos suspeitos se o perímetro fosse igual ou menor a 33 centímetros (cm²). Com a recomendação serão notificadas as crianças com perímetro cefálico igual ou menor a 32 cm². O protocolo não altera as notificações já feitas, as crianças com 33 cm² continuam a ser acompanhadas.
“Crianças com 33 cm ainda são consideradas normais, por isso o conceito foi modificado. É bom lembrar que mesmo crianças com 32 cm, algumas delas, não vão ter nenhum tipo de alteração do sistema nervoso central, e portanto, não terão a microcefalia. Além do perímetro diminuído, outras coisas”, pontuou o diretor-geral do Complexo de Pediatria Arlinda Marques e membro da comissão de investigação da microcefalia, Bruno Leandro de Souza.
O governo do Estado está finalizando o plano de enfrentamento ao Aedes aegypti, que será divulgado na próxima semana.
Ações do plano
Conforme a SES, um dos principais eixos do plano de combate ao Aedes aegypti é o controle vetorial. “Já atendemos o Estado com 10 carros fumacê com presença em mais de 75 municípios. Param ampliar o combate nos municípios com alta infestação, estamos comprando mais cinco carros. Quanto ao processo de contratação dos 200 agentes de combate a endemias, já demos entrada ao processo administrativo, para elaboração de edital”, frisou Renata Nóbrega.
Exército
Na última segunda-feira, durante entrevista à imprensa, o governador Ricardo Coutinho anunciou que já estava dialogando com o Exército Brasileiro (EB), para que tropas auxiliem os agentes de combate a endemias, durante as visitas domiciliares. Contudo, a assessoria de comunicação do exército informou que o órgão ainda não foi acionado para o cumprimento desta missão, e que assim que houver esta determinação estará à disposição para prestar os esclarecimentos necessários.
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