Cinco categorias mantêm greve

Termina hoje o prazo dado pelo governo federal para que servidores em greve aceitem o reajuste oferecido e retornem aos trabalhos. O ultimato foi dado no domingo, após representantes do Ministério do Planejamento e dos manifestantes participarem, em pleno final de semana, de 12 reuniões, em busca de um acordo. Apesar do prazo estar prestes a ser encerrado, na Paraíba, cinco categorias ainda permanecem mobilizadas e não decidiram se vão aceitar a proposta.

Entre as categorias que estão em greve na Paraíba está a Polícia Federal. Segundo o vice-presidente da associação dos funcionários da instituição, José Tércio de Fagundes Caldas, o movimento ainda não foi encerrado e não há, sequer, previsão de quando os servidores retornarão aos trabalhos. Ontem, representantes dos grevistas em todos os Estados do país discutiram os rumos da greve durante uma videoconferência, mas não houve votação para a continuação ou não da greve, pois segundo José Tércio, o presidente da categoria pediu que o Estado aguardasse até amanhã, quando haverá outra videoconferência, pela manhã. “Até lá continuamos esperando um posicionamento do governo. Caso não haja nenhuma sinalização da parte dele, continuaremos em greve por tempo indeterminado”, observou.

Segundo José Tércio, o governo não atendeu às reivindicações da categoria. “Nossa reivindicação não é reajuste salarial, mas sim uma reestruturação da carreira. Por isso, queremos que a diretoria nacional da PF seja exonerada, mas o governo, sequer, toca nesse assunto”, lamenta.

A principal exigência dos policiais federais é a modificação na tabela de pagamento de salários. José Tércio explica que os servidores precisam possuir ensino superior para ingressar na corporação, no entanto, recebem a mesma remuneração concedida aos trabalhadores que possuem nível médio. “Há 16 anos, que os concursos cobram o nível superior dos candidatos, mas o governo não reestruturou os salários e, hoje, estamos com salários defasadas. Por isso, não queremos aumento e sim a reestruturação da carreira”, enfatizou
Em assembleia no último sábado, os servidores da Polícia Rodoviária Federal da Paraíba (PRF/PB) também decidiram continuar com a greve. No entanto, houve outra reunião ontem, mas até o fechamento desta edição, a categoria permanecia reunida e não havia tomado decisão.

Segundo o vice-presidente da Associação de Policiais Rodoviários Federais da Paraíba, Eb Porto Bezerra, a proposta feita pelo governo não contempla as reivindicações. “Não queremos reajuste específico. Queremos apenas a correção da perda de inflação, reconhecimento de curso superior e reestruturação da nossa carreira. Mas o reajuste de 15% não cobre nem as perdas que tivemos com a inflação. Por isso, não encerramos o movimento ainda. Na Paraíba, apenas 30% estão trabalhando”, disse.