Conselheiros ficam detidos em presídio

O clima ficou tenso no presídio de segurança máxima Romeu Gonçalves Abrantes, o PB1, no bairro de Jacarapé, em João Pessoa, no final da tarde de ontem. Durante uma inspeção do Conselho Estadual de Direitos Humanos na unidade prisional, cerca de cinco integrantes da entidade teriam ficado impedidos de deixar o local após policiais militares supostamente flagrarem uma mulher que faz parte do Conselho entregar uma máquina fotográfica aos presos.

Segundo o diretor do PB1, Sérgio Fonseca, os policiais que estavam nas guaritas do presídio teriam percebido quando a integrante do Conselho, que não teve o nome divulgado, teria entregado a câmera para os detentos. A cena teria, inclusive, sido filmada pelos policiais que informaram a direção do presídio sobre o ocorrido.

O diretor do presídio comentou que os conselheiros estão acobertados por lei para fazer registros fotográficos ou até mesmo filmar o que acontece dentro de unidades prisionais, contudo seria crime entregar equipamentos eletrônicos para presos. “Os policiais viram quando a conselheira, que estava no pátio externo, mantinha contato com os presos e entregou a câmera para eles”, relatou o diretor. Segundo ele, logo depois os presos entraram nas celas e em seguida devolveram o equipamento para a conselheira. “A entrega de equipamento é crime. Os conselheiros podem fiscalizar todo o presídio e conversar com os presos que acharem necessário, eles até pedem para não serem acompanhados pelos agentes penitenciários, o que também é permitido por lei, mas entregar equipamento é crime”, disse.

Após a constatação, os conselheiros que faziam visita para apurar a denúncia de existência de um túnel no PB1 e de prática de atos de tortura e maus tratos contra presos, ficaram impedidos de deixar o presídio. Eles não entregaram o equipamento e o impasse só foi resolvido com a chegada do gerente do Sistema Penitenciário da Paraíba, tenente-coronel Arnaldo Sobrinho. Os conselheiros registraram queixa na 9ª Delegacia Distriral, em Mangabeira, alegando constrangimento por terem sido detidos no PB1.