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VIDA URBANA

Crise hídrica deixa alunos sem água para beber e sem merenda

Falta de merenda escolar e uso de baldes nos banheiros são outros problemas enfrentados.

Publicado em 09/10/2015 às 7:27

A crise hídrica no Semiárido paraibano tem mudado a rotina não só nas residências e indústrias, mas também já começa a afetar serviços básicos essenciais, e um deles é a educação. Tendo que se adaptar a severos racionamentos ou até em colapso, muitas vezes a água armazenada nos reservatórios das escolas é insuficiente para o consumo durante os dias de escassez, o que vem prejudicando a normalidade das aulas em alguns locais. Dispensa de alunos, mudança do horário de tarefas diárias, falta de merenda escolar e uso de baldes nos banheiros são alguns dos problemas enfrentados.

Esse é o caso da cidade de Lagoa Seca, no Agreste paraibano. O município só tem abastecimento de água a cada 15 dias por 48 horas. E mesmo com todo o esforço em abastecer as cisternas nas escolas públicas, a demanda é grande e a água chega a faltar para os serviços mais básicos, como o preparo da merenda. Com isso, os alunos têm que ser liberados mais cedo e o ensino fica prejudicado, informou Rozineide Demétrio, diretora da Escola Municipal Antônio Demétrio Cassiano, localizada na zona rural da cidade.

“Os problemas enfrentados aqui são muitos e de longas datas. A situação é precária e a demanda é grande, tem atividades que precisam de muita água, as crianças não podem ficar sem a merenda. Por causa disso, várias vezes já tivemos que liberar os alunos mais cedo, na metade do horário normal”, relatou a diretora. A escola tem 54 alunos matriculados.

No município de Montadas, que está em colapso desde 2013, quando o açude Emídio secou, a situação é ainda mais complicada. Como os carros-pipa também são destinados ao abastecimento da população, frequentemente falta água nas escolas. “Aqui já chegou a passar 10 dias sem chegar água, inclusive orientamos as crianças a trazerem garrafinhas cheias de casa, porque a situação é complicada”, relatou Adilma Oliveira, funcionária da Escola Municipal Erasmo Souza.

Na cidade de Queimadas também já chegou a faltar água em algumas escolas por conta do racionamento, e para se adaptar a essa nova realidade, as unidades passaram a adotar medidas de redução do consumo, como diminuir o volume das descargas e reutilizar a água. As ações foram orientadas pela Secretaria Municipal de Educação. “Estamos em uma luta constante por conta da falta de água, mas nossa orientação é não suspender as aulas, até porque temos uma carga horária a cumprir. O município estabeleceu um programa de distribuição de água através de carros-pipa e todas as 63 escolas possuem reservatório”, informou o secretário de Educação do município, José Francisco de Sousa.

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado, como os racionamentos e falta de água se estendem por toda a Paraíba, é comum que as escolas encontrem dificuldades em algumas tarefas. Mas, nesse caso, os gestores devem entrar em contato com as Regionais de Educação para solicitar o abastecimento através de carros-pipa.

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Jornal da Paraíba

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