VIDA URBANA
Curso ensina técnicas de investigação de crimes na Internet
Evento aborda práticas de investigação de pornografia infanto-juvenil e crimes de ódio na Internet.
Publicado em 13/05/2010 às 21:22
Da Ascom do MPF
Começou nesta quinta-feira (13) o Curso Prático de Investigação de Pornografia Infanto-juvenil e aos Crimes de Ódio na Internet: Módulo Básico. O curso é ministrado pelo diretor presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares e pelo diretor de prevenção da SaferNet, Rodrigo Nejm, tendo como público-alvo autoridades de órgãos de combate ao crime. O curso está sendo promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela SaferNet Brasil, entidade referência nacional no enfrentamento aos crimes e violações aos Direitos Humanos na Internet.
O objetivo é desenvolver conhecimentos e habilidades em investigações de combate à pornografia infanto-juvenil e aos crimes de ódio instrumentalizados através da internet, para atuar na repressão a esses crimes, bem como difundir os métodos investigativos.
Durante todo o dia os participantes discutiram temas como a evolução do combate aos crimes cibernéticos no Brasil de 2003 a 2010; noções fundamentais de investigação cibernética; como requisitar, obter e analisar os dados telemáticos no curso de uma investigação de crimes cibernéticos.
Além das discussões, houve atividades práticas de análise e interpretação dos logs fornecidos pelos provedores de serviço, consulta a bases de dados de cadastros de IPs (protocolo de internet), de nomes de domínio e tipo de informação fornecida por cada provedor de acesso e de serviço.
Também foram testadas ferramentas de consultas como o Registro.br, MaxMind, NTP.br, bases de dados da SaferNet, sistemas e ferramentas desenvolvidas pela SaferNet para pequisa de denúncias e também para triagem e análise de dados provenientes das quebras de sigilo, modo de agir dos agressores sexuais que atuam nos sites de relacionamento e estudo de caso sobre a Operação Turko, deflagrada em maio de 2009.
Na avaliação do palestrante, Thiago Tavares, esse primeiro dia de curso foi excepcional com uma participação muito grande das autoridades, perguntando, trocando ideias, discutindo casos concretos e compartilhando dificuldades sentidas em investigações. “Foi também uma oportunidade de troca e de aprendizado mútuo entre os diversos órgãos presentes”, declarou.
Para o coordenador do curso, o procurador da República Rodolfo Alves Silva, a participação das autoridades tem sido maciça com amplo debate firmado com o expositor. “Isso demonstra a utilidade do tema, a qualidade da exposição e só vem trazer resultados positivos atendendo a nossa expectativa”, ressaltou.
O servidor do MPF Carlos Alberto Silva Fernandes relatou que essa primeira parte do curso já acrescentou muitos conhecimentos sobre as ferramentas de quebra de sigilo. “Achei muito interessante a parte da quebra de sigilo de conta do Orkut em que aprendemos alguns passos de como se deve proceder para chegar até os criminosos”.
Participam do curso representantes da Polícia Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, Ministério Público Federal e Estadual. Ainda, na noite da sexta-feira (14), o MPF e a SaferNet promoverão palestra para pais, alunos e educadores do Colégio Motiva com o tema Navegar com Segurança é Preciso.
Cooperação
O curso, voltado para autoridades, é a primeira atividade realizada na Paraíba em decorrência da assinatura de Termo de Cooperação Técnica, Científica e Operacional entre o Ministério Público Federal, a SaferNet e o Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br), em 15 de setembro de 2009.
A SaferNet Brasil é uma associação civil sem fins lucrativos e econômicos, sem vinculação político-partidária, religiosa ou racial, fundada em 20 de dezembro de 2005, por um grupo formado por cientistas da computação, professores universitários, pesquisadores e bacharéis em Direito.
A SaferNet Brasil criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (www.denunciar.org.br) que, desde 29 de março de 2006, é operada em parceria com o MPF. Esta Central oferece, através do Disque 100, serviço gratuito e anônimo de recebimento, processamento, encaminhamento e acompanhamento online de denúncias anônimas sobre qualquer crime ou violação aos Direitos Humanos praticado por meio da internet.
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