VIDA URBANA
Defesa Civil vai agilizar limpeza do Jaguaribe
Limpeza do lixo do rio Jaguaribe deve ter início em caráter de urgência devido às chuvas que chegaram mais cedo em João Pessoa.
Publicado em 04/02/2009 às 8:43
Cassiana Ferreira, do Jornal da Paraíba
A limpeza do lixo do rio Jaguaribe deve ter início em caráter de urgência. A decisão foi tomada após a 18ª visita da Comissão da Defesa Civil de João Pessoa, formada por setores da administração municipal. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Manoel Duré, a visita faz parte de ações preventivas que serão realizadas em 30 áreas consideradas de risco na Capital.
Na manhã de ontem, foi a vez da comunidade Tito Silva, entre os bairros de Miramar e Castelo Branco, que é considerada de risco iminente por ser, praticamente, localizada no leito do rio Jaguaribe. “A obra é emergencial. Temos pressa e nossa expectativa é de que as obras comecem antes de abril”, disse Manoel Duré.
As obras de dragagem só serão agendadas após a confecção de um projeto de licenciamento de limpeza expedido pela Secretaria do Meio Ambiente (Seman). De acordo com a chefe de fiscalização, Socorro Marques, o rio Jaguaribe está em uma área de preservação permanente por isso é necessária a elaboração de um plano de manejo.
Este plano vai determinar, de acordo com o tipo de vegetação encontrada e do material a ser retirado, que máquinas devem ser usadas para evitar grandes impactos ambientais. “O projeto vai definir as estratégias que serão utilizadas na dragagem, a orientação que recebemos é de agilizar este trabalho o mais rápido possível”, ressaltou.
A limpeza será feita no trecho que vai desde a nascente do rio, nas proximidades da comunidade Nova Guaíba – nas Três Lagoas – até a foz no bairro São José. A dragagem vai beneficiar seis comunidades, também de risco iminente.
No caso da comunidade Tito Silva, o maior risco é de enchentes, já que está localizada em um ponto de estrangulamento do rio Jaguaribe. O secretário adjunto do Desenvolvimento Social, Lau Siqueira, aponta a invasão do homem como a principal fonte dos problemas enfrentados pela própria comunidade.
“O problema é que ela está instalada no leito do rio. Não é a água que invade a comunidade, e sim o contrário, as famílias invadiram o rio primeiro”, considerou.
Para Manoel Duré, a questão também passa pela falta de educação ambiental da população. “Muitos ainda teimam em jogar lixo às margens e dentro do rio”, completou.
Construções
Além do lixo, algumas casas foram construídas, em alguns pontos, no rio. Uma delas é a casa de Gisele Alves, mãe de quatro filhos. Ela conta que já passou até quatro dias ilhada dentro da própria casa, e que as enchentes mudam a rotina da família.
“Às vezes, meus filhos faltam à escola e meu marido nem pode ir ao trabalho. A água impede a passagem e ficamos sem ter como sair. É muito ruim, mas não tenho para onde ir”, lamenta.
Cerca de duas mil pessoas vivem na comunidade Tito Silva, em mais de 400 casas que começaram a ser construídas há 50 anos.
Na manhã de hoje, será a vez da Comunidade Maria de Nazaré, nos Funcionários II.
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