VIDA URBANA
Entenda as diferenças entre meningite viral e bacteriana
Aglomerações com pouca circulação de ar podem potencializar a transmissão da meningite viral que acontece pelas vias respiratórias.
Publicado em 11/12/2011 às 9:45
Ivete Sangalo havia acabado de voltar de um show no Rio Grande do Norte. Depois de passar mal na madrugada do domingo, dia 4, a cantora foi internada no Hospital Aliança, em Salvador, onde ficou internada por três dias. Ao que tudo indicou, tratou-se de meningite viral, menos agressiva do que a bacteriana. A meningite viral é muito comum e tem pouca gravidade.
Meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas como meninges. A inflamação pode ser causada por infecções por vírus, bactérias ou outros micro-organismos, e, menos comumente, por certas drogas. A meningite pode colocar em risco a vida devido à proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central.
Os sintomas mais comuns da meningite são dor de cabeça e rigidez da nuca, além de febre, confusão mental, alteração do nível de consciência, vômitos e a intolerância à luz (fotofobia) ou a sons altos (fonofobia). A presença de uma erupção cutânea pode indicar um caso particular de meningite; a causada por bactérias do tipo meningococos. Os sintomas podem durar até sete dias. E, a gravidade do caso só pode ser diagnosticada por um médico.
No caso de meningites virais não há tratamento específico, mas tendem a ser infecções menos graves. A meningite viral geralmente requer apenas a terapia de suporte, a maioria dos vírus responsáveis por causar a meningite não são passíveis de tratamento específico. Os casos leves de meningite viral podem ser tratados em casa com medidas como: ingestão de líquidos, repouso absoluto, e analgésicos.
De acordo com especialistas, a transmissão acontece através das vias respiratórias ou mãos contaminadas. Lugares fechados e com pouca circulação de ar são o ambiente propício para o vírus. Isso explica o porquê dos casos aumentarem no inverno.
Como prevenção, a recomendação é a de evitar lugares fechados, com aglomerações e lavar as mãos com água e sabão sempre que for possível.
Já a meningite bacteriana exige cuidados especiais. O Estado da Bahia, por exemplo, vem sofrendo com a doença e, de acordo com a assessoria da secretaria estadual de Saúde (Sesab), foram registrados, até 24 de novembro, 1.670 casos de todos os tipos de meningite, sendo que 108 casos chegaram ao óbito.
As bactérias mais frequentes atualmente são a meningococo, com letalidade de um em cada cinco indivíduos, e pneumococo, com letalidade de um em cada três pessoas. A meningite bacteriana também apresenta riscos de seqüelas, podendo ocasionar surdez, déficit neurológico, amputação de membros, cegueira, e agravos neurológicos de uma maneira geral.
A transmissão também acontece através das vias respiratórias, a partir de gotículas expelidas por portadores da bactéria. No entanto, ao contrário da meningite viral, a bacteriana possui métodos de prevenção mais eficazes. Na rede pública já temos disponível a vacina contra a doença, aplicada em crianças abaixo dos dois anos. Para crianças maiores ou adultos, a vacina também pode ser encontrada em consultórios particulares e não tem nenhuma contraindicação.
O grupo de risco da meningite bacteriana é formado pelas crianças e adolescentes, principalmente nos períodos de surto da doença.
A meningite é potencialmente fatal e tem uma alta taxa de mortalidade se não tratada; a demora no atendimento tem sido associada a um pior prognóstico. Assim, o tratamento com antibióticos de amplo espectro, não deve ser adiado. (Da EPNews)
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