VIDA URBANA
Entenda como funciona a eleição para a reitoria da UFPB
O JORNAL DA PARAÍBA explica questões como voto proporcional e a lista tríplice.
Publicado em 25/08/2020 às 6:38 | Atualizado em 25/08/2020 às 15:23
Alunos, professores e servidores técnico-administrativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vão às urnas nesta quarta-feira (26), para escolher o novo reitor ou reitora da instituição, que terá pela frente um mandato de quatro anos. Diferente das últimas consultas (forma como é chamado o pleito eleitoral na comunidade acadêmica), esta será por um sistema virtual, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus. O processo eleitoral tem regras bem específicas, por isso, o JORNAL DA PARAÍBA resolveu explicar alguns destes pontos.
Quanto vale cada voto?
A primeira diferença, em relação ao último pleito (realizado em 2016) é que os votos não têm o mesmo ‘peso’. Alunos e servidores técnico-administrativos representam 15% cada, enquanto que os professores detêm o percentual de 70%. Esta forma é diferente do que conhecemos como ‘voto paritário’, que é quando o voto de todos os eleitores possui o mesmo peso.
O professor de matemática Ricardo Lafon fez esse cálculo. O universo da comunidade acadêmica da UFPB tem 39.466 alunos, 2.632 professores e 3.385 servidores técnico-administrativos. Segundo ele, com base nestes números, o voto de um professor é equivalente a aproximadamente o de 15 alunos. Quando a relação é feita entre professores e servidores, a diferença cai para cerca de 1,3.
De acordo com o edital da consulta eleitoral, o vencedor é determinado através de um cálculo feito entre os percentuais obtidos em cada segmento.
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, a reitora Margareth Diniz afirmou que discorda deste formato, mas garantiu que a decisão foi tomada pelo Conselho Universitário (Consuni), com base em um documento enviado pelo Governo Federal, que dizia que não reconheceria nenhuma eleição que fosse feita sem seguir este modelo, determinado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Nos processo eleitorais em que Margareth Diniz foi eleita (2012 e 2016), a modalidade adotada pela UFPB foi o chamado ‘voto paritário’, que é quando cada segmento (alunos, professores e servidores técnico-administrativos) corresponde a 33,3% do colégio eleitoral.
A UFPB vota, mas quem escolhe é Bolsonaro
Diferente de outros processos eleitorais, a eleição para reitor na UFPB (e também em outras universidades) não garante que o mais votado assuma a ‘cadeira’. Após a homologação do resultado final da votação, uma lista com os três primeiros colocados (lista tríplice) é encaminhada ao Governo Federal, para que ele escolha quem assumirá como reitor.
Parece estranho, mas a UFPB corre o risco do candidato com menor número de votos vir a ser o reitor.
Este fato aconteceu esta semana na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no Rio Grande do Norte. A professora Ludimilla Oliveira ficou em terceiro lugar, mas acabou sendo nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro como reitora da instituição.
Conheça os candidatos da UFPB
Para o pleito deste ano, a UFPB terá três chapas. A Chapa 1, denominada ‘UFPB em 1º Lugar’ tem como candidato o professor Isac Medeiros, que é o atual pró-reitor de Pesquisa da instituição e conta com o apoio da reitora Margareth Diniz. A Chapa 2, 'Inovação com Inclusão', é encabeçada pela professora Terezinha Domiciano, e a Chapa 3, 'Orgulho de ser UFPB', tem como candidato à presidente, o professor Valdiney Gouveia.
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