VIDA URBANA
Escola implanta coleta seletiva e muda realidade de comunidade
Projeto sobre a importância da coleta seletiva começou na sala de aula no ano passado e se estendeu por toda a vizinhança.
Publicado em 08/11/2012 às 6:00
O costume de uma comunidade de não cuidar bem do lixo fez com que professores e a gestão da Escola Municipal Frei Belarmino, localizada no bairro da Rosa Mística, em Campina Grande, buscasse alternativa para mudar a realidade.
Os resultados do projeto que começou na sala de aula no ano passado e se estendeu por toda a vizinhança foi apresentado na manhã de ontem na 5ª Vivência Pedagógica, no Centro de Tecnologia Educacional de Campina, como primeiro passo para a transformação do meio ambiente em comunidades carentes.
Com a proposta de incentivar a qualidade de vida através do trabalho com o lixo para a formação da cidadania, os alunos da escola passaram a ter aulas sobre os prejuízos causados pelos resíduos sólidos e como poderiam ajudar a natureza desenvolvendo a coleta seletiva. Esse foi o primeiro passo, segundo explicou a professora Ana Cristina, que apontou que as atividades em grupo desenvolvidas na escola incentivaram os alunos a abraçar a luta pelo meio ambiente.
“A questão do lixo é bastante complexa. E nós percebemos que havia uma concentração muito grande de lixo dentro da sala de aula, no pátio, mas principalmente nos arredores da escola.
Como seria mais difícil conscientizá-los primeiro da situação lá de fora para depois desenvolvermos atividades dentro da sala, achamos que se eles entendessem que primeiro teriam que mudar dentro da escola, para depois levar para suas casas e daí estender para a toda comunidade, teríamos mais chances de acertar”, disse a professora.
Depois das aulas teóricas, o primeiro passo foi a instalação de lixeiros com identificação para cada tipo de lixo. Depois, Ana Cristina explica que os próprios alunos se tornaram fiscais dentro da escola para averiguar se colegas e até funcionários estavam jogando os restos de objetos e alimentos fora do local indicado.
“Ele passaram a fiscalizar e ter uma visão mais ampla do nosso projeto. Prova disso foi a proposta de fazer uma caminhada pela recuperação do Riacho das Piabas, que foi um dos momentos mais importantes da comunidade desde a implantação desse projeto”, apontou.
Além dessa caminhada, os alunos da Frei Belarmino ainda ajudaram a plantar mudas nos arredores do riacho e acabaram se responsabilizando por cada uma das quase cem árvores plantadas. De acordo com a professora, a mudança no pensamento dos alunos, que vão de oito a até 14 anos, não atingiu a todos, mas que já representa uma parcela significativa da população escolar.
“É difícil todo mundo mudar, mas cerca de 80% dos alunos, além de hoje serem defensores da natureza a partir da escola, também levam isso para dentro de casa, orientando os pais e vizinhos sobre os riscos que a poluição do lixo traz”, concluiu.
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