VIDA URBANA
Ex-primeira dama é citada em polêmica de beneficiamento de alunos de mestrado da UFPB
Segundo docente, ela seria responsável por "humilhação acadêmica sofrida pelo mestrado".
Publicado em 28/09/2017 às 14:24
Um professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) denunciou nesta quinta-feira (28) que o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGC) estaria beneficiando alunos em detrimento de outros. Em texto publicado em uma rede social, o professor Wellington Pereira citou o caso de uma ex-primeira dama, que foi uma de suas alunas do mestrado em Comunicação e Culturas Midiáticas e teria sido protegida.
Na publicação, ele anunciou seu afastamento, motivado pelo desligamento indevido de uma orientanda."Prefiro minha bola de gude e meus soldadinhos de chumbo à esperteza dos jovens doutores burocratas, pois sei que não há heróis nem burocracia weberiana, sobretudo quando essa burocracia se acovarda diante dos mais humildes e protegem os mais protegidos, como foi o caso de uma ex-primeira dama responsável por uma humilhação acadêmica sofrida pelo mestrado", afirmou.
Segundo ele, a orientanda foi desligada do programa por não ter conseguido aprovação nas proficiências em língua estrangeira às quais se submeteu, mesmo tendo 'defendido' a qualificação com êxito.
"O problema é que nem a orientanda, tampouco o orientador foram comunicados - em tempo hábil - que a mestranda seria desligada.Em quaisquer processo que envolve 'delitos' é de bom alvitre que o legislador comunique a parte 'acusada' da ordem e natureza da infração a ser julgada. Isso não foi feito", denunciou, desculpando-se com os alunos.
"Aos meus ex-orientandos, aos pesquisadores da Linha de Pesquisa Mídia e Cotidiano meus agradecimentos pelo convívio diário nesses últimos. Às orientandas cujos percursos sob minha orientação acadêmica foi interrompido minhas desculpas, mas não se pode trabalhar cientificamente e um ambiente no qual prevalece a ética dos favores e da conveniência pessoal".
Procurada pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, a ex-primeira dama Pâmela Bório se manifestou, dizendo que foi vítima de perseguição no período em que cursou a pós-graduação. "Quando eu fiz mestrado, eu e uma outra mestranda do mesmo orientador – que não era o Wellington, diga-se de passagem – pedimos para trocar de orientador porque o trabalho com aquele não fluia. Com isso, passamos a ser perseguidas e o tal orientador ficou nos denegrindo", disse.
"Ele fez de tudo até o fim para nos prejudicar e nos humilhou ao ponto de tirar lágrimas de indignação e revolta da professora Olga [Tavares]. Lamento que o Wellington também tenha sido massacrado por lá", acrescentou.
A reportagem também entrou em contato com o PPCG da UFPB para repercutir o caso com o coordenador do mestrado, professor Marcel Vieira, contudo as ligações não foram atendidas.
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