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VIDA URBANA

Falta estrutura em escolas de JP para alunos com deficiência

Segundo famílias da capital, apesar de ser um direito, a inclusão não existe na prática, tanto em instituições de ensino da rede pública, quanto da particular.

Publicado em 06/09/2015 às 8:01

“Eu desacreditei”. É assim que a psicóloga Natália Queiroga, de 58 anos, comenta o fato de seu filho Pedro Henrique Queiroga, de 14 anos, não estar mais na escola. O adolescente, que tem síndrome de Down e cursava a sexta série, precisou ser afastado do ambiente escolar há mais de um ano, segundo ela, por falta de apoio e de estrutura em instituições de Educação Básica, tanto da rede pública quanto da rede particular de João Pessoa.

“Existem tantas pessoas com deficiência nas escolas, mas quantas realmente estão sendo incluídas e inseridas nesse movimento? Elas vão crescendo e a escola vai se distanciando. Você sabe que elas são pessoas iguais às outras, mas que têm um raciocínio mais lento, uma cognição mais lenta. O conteúdo e o ambiente escolar têm que sofrer uma adaptação, uma tradução para as condições delas”, aponta Natália.

A psicóloga revela também ter se deparado nos últimos anos com outros problemas que a desestimularam na busca por uma educação de qualidade para o filho. “Embora na Constituição diga que são obrigatórios um mediador, uma sala de recursos e um cuidador, no caso daqueles que precisam de apoio maior, na pratica isso não é visto. E já teve escola particular, há um tempo, que tentou me cobrar dobrado para ter uma pessoa dentro da sala acompanhando meu filho”, relata.

Natália Queiroga afirmou já ter enfrentado cobranças indevidas ao tentar matricular o filho em escolas da capital. (Foto: Kleide Teixeira)

A luta de Natália e de Pedro Henrique não é única e se torna ainda mais preocupante quando são levados em consideração levantamentos como o realizado pela ONG Todos Pela Educação, com base nos dados do Censo da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Tomando como referência o período de 2009 a 2014, o estudo mostra que, na capital, o número de matrículas de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em classes comuns da Educação Básica aumentou 131%, passando de 900 para 2.101. Na Paraíba, esse crescimento foi de 155% e no Brasil, de 80%.

O levantamento, que traz informações apenas sobre aqueles que já estão matriculados, indica que, em números absolutos e em percentual, as matrículas de alunos com deficiência na Educação Básica vêm aumentando ano a ano em todo o país. Vale ressaltar que Educação Básica é uma classificação do sistema educacional brasileiro que engloba as etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, além das modalidades de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional e Tecnológica.

Apesar do aumento do número de alunos com deficiência, a quantidade de escolas que possuem salas de recursos multifuncionais, com materiais pedagógicos e de acessibilidade para a realização do atendimento especializado, complementar ou suplementar à escolarização dessas pessoas não acompanhou esse acréscimo. Em João Pessoa, no ano de 2013, o último em que a análise foi feita, somente 12% das escolas de todas as redes – municipal, estadual, federal e privada – possuíam sala de recurso multifuncional. Na Paraíba, a quantidade foi de 7,9% e no Brasil, de 12,4%.

Especialista considera situação desafiadora
Para o gerente de conteúdo da ONG Todos Pela Educação, Ricardo Falzetta, esse cenário deixa evidente que ainda existem mais desafios pela frente na questão da inclusão. “Esses números provavelmente são baixos porque esse crescimento é algo relativamente recente. E é óbvio que, quando acontece isso, algumas coisas avançam mais do que outras. Agora é preciso batalhar para que haja uma condição total”, reconhece.

De acordo com ele, é imprescindível trabalhar para que crianças e adolescentes com deficiência participem de turmas regulares e tenham uma rotina normal. “Basta dar uma pesquisada na leitura sobre o tema, que você percebe que as vantagens são muitas, sobretudo no respeito à diversidade”, finaliza.

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Jornal da Paraíba

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