VIDA URBANA
Faltam pediatras na Paraíba
Dados da Pesquisa Demográfica Médica no Brasil revelam que existem apenas 514 pediatras em atuação no Estado, sendo 343 na capital.
Publicado em 05/03/2013 às 6:00
Na Paraíba existem 5.259 médicos em atividade, cuja proporção para cada um mil habitantes é de 5,22 profissionais. No entanto, os números caem quando relacionados às especialidades como a pediatria, que aponta 514 médicos registrados no Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo que 343 deles atuam apenas em João Pessoa, o que para a Sociedade Paraibana de Pediatria (SPP) representa a má distribuição de médicos e especialistas em outras localidades do Estado.
Os dados são do relatório de Pesquisa Demografia Médica no Brasil de fevereiro deste ano, que mostra os cenários e indicadores de distribuição e foram repassados pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
Segundo o presidente da SPP, Gilvan Barbosa, embora não tenha como estimar um média de pediatras por criança na Paraíba, o número é considerado insuficiente e mal disseminado no Estado.
“Percebemos que no interior da Paraíba há uma falta de pediatras, assim como outras especialidades. Mesmo a maioria desses especialistas atuando em João Pessoa, também constatamos um déficit, o que pode ser comprovado nas escalas de plantão nos hospitais da capital, que são geralmente incompletas”, pontuou.
A dona de casa Geralda da Silva, que mora em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa, costuma trazer o filho de um ano e seis meses para se consultar e realizar exames na capital. “Para conseguir um exame lá é muito difícil e leva bastante tempo, como meu filho está gripado e o peito dele chiando muito, então vim para João Pessoa para fazer um raio-X do tórax”, relatou.
Gilvan Barbosa disse que a má distribuição da especialidade na Paraíba ainda compromete os serviços em João Pessoa, onde há a maior concentração de pediatras. “Essas situações contribuem para a superlotação das alas pediátricas, sejam de emergência, ambulatórios ou consultórios, como foi constatado na última quarta-feira, pelo CRM, durante inspeção no Hospital Pediátrico Arlinda Marques”, relembrou.
Para o presidente da Sociedade Paraibana de Pediatria, o recente fechamento de dois hospitais que prestavam serviço infantil contribuíram para aumentar os atendimentos no Arlinda Marques, que já possui grande procura por ser um centro de referência.
A diretora administrativa do hospital pediátrico, Aline Neri, disse que a unidade atende em média 500 crianças por dia, mas que após os hospitais João Soares, em Cruz das Armas, e Rodrigues de Aguiar, no Centro, pararem de funcionar, a instituição está com excessos de pacientes.
SECRETARIAS DE SAÚDE
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Lindemberg Medeiros de Araújo, a prefeitura está tomando providências para resolver o problema de superlotação do Hospital Arlinda Marques.
Já o secretário de Estado Waldson de Souza disse que a situação ocorreu pela inviabilidade de leitos de pediatria na região Metropolitana, mas que, juntamente com a prefeitura, está tentando amenizar os transtornos através do diálogo. Waldson disse que o Estado não tem como não aceitar os pacientes que buscam a referência e pediu, ainda, que a população busque assistência em outros locais e só procurem o Arlinda Marques em último caso.
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