VIDA URBANA
HAT suspende transplantes
Direção do Hospital Antônio Targino informou que procedimentos serão suspensos porque a PMCG atrasou pagamentos.
Publicado em 01/02/2013 às 6:00
Cerca de 280 pacientes que estão na fila para fazer transplante de rim, em Campina Grande, correm o risco de morrer. Ontem, a direção do Hospital Antônio Targino (HAT) informou que vai suspender as cirurgias, através do Sistema Único de Saúde (SUS) na Paraíba. Segundo o diretor da unidade, José Targino, os dez médicos que realizam o procedimento anunciaram a paralisação para a próxima semana dos serviços devido aos atrasos no pagamento. O diretor informou que encEm Campina Grandeaminhará o problema ao Ministério Público do Estado e solicitará uma audiência com a Secretaria Municipal de Saúde, que informou que o setor financeiro já está analisando o fato e que uma reunião na próxima segunda-feira buscará uma solução.
De acordo com o diretor, a prefeitura só empenhou R$ 750 mil de um débito de R$ 1,156 milhão, devido ao HAT. “Nós queremos saber o que aconteceu, porque a verba é garantida pelo Ministério da Saúde e deve ser repassada exclusivamente para o procedimento de transplante. Então se não for paga, o hospital não tem como custear os procedimentos”, informou. Ele explicou que os dez médicos que realizam o transplante estão sem receber pelo serviço desde setembro do ano passado e, por isso, ameaçam paralisar suas atividades.
“O dinheiro vem e não é repassado pela prefeitura. Nós vamos acionar o Ministério Público e caso não haja solução, vamos procurar a Justiça”, frisou. Targino informou que se houver a paralisação dos serviços, muitos pacientes correm o risco de piorar seu estado de saúde ou, ainda, não resistir à espera pelo procedimento. “O Hospital Antônio Targino é o único que realiza o procedimento na Paraíba e é referência na região, então é um problema muito sério. Estávamos projetando realizar transplantes de fígado e coração também, mas dessa forma fica difícil”, contou.
Ele informou que o único transplante realizado este ano aconteceu na última quarta-feira e que em 2012 foram realizados 51 procedimentos do tipo. Além da possível suspensão nos transplantes, o problema se estende às especialidades de Ortopedia e Neurologia, com oito e seis médicos respectivamente, que também ameaçam cruzar os braços e pelo mesmo motivo.
DÉBITOS
José Targino, que também é presidente do Sindicato dos Hospitais de Campina Grande, acrescentou que além do HAT, a prefeitura também está em débito com os hospitais Geral e Maternidade Dr. Edgley, Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) e João XXIII, mas não soube informar de quanto é o total da dívida.
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