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VIDA URBANA

Homem diz que matou vereador por R$ 1 mil

Marcelo Ferreira da Silva, 23 anos, confessou o crime e revelou que, de fato, a execução foi encomendada pelo ex-sócio da vítima.

Publicado em 18/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:18

Quando todos achavam que o assassinato do vereador Geraldo Caetano "Déa", da cidade de Serra Branca, no Cariri paraibano estava elucidado, uma reviravolta tomou conta do caso. O policial militar pernambucano que havia sido preso suspeito de matar a vítima foi considerado inocente depois que a Polícia Civil prendeu um novo acusado. Marcelo Ferreira da Silva, 23 anos, confessou o crime e revelou que, de fato, a execução foi encomendada pelo ex-sócio da vítima, o empresário José Sandro, pelo valor de R$ 1 mil.

A prisão do acusado aconteceu no final da tarde da última quarta-feira, no município de Mata Grande, no Sertão do estado de Alagoas. De acordo com o delegado titular de Serra Branca, Rodrigo Monteiro, as investigações chegaram ao nome de Marcelo depois da prisão de Leandro Teixeira, no último domingo, que contou como o crime foi planejado. O empresário José Sandro está preso desde o dia 24 de setembro.

Conforme o delegado, após ser preso, Marcelo Ferreira contou todos os detalhes da execução. “O empresário José Sandro, queria matar o vereador Geraldo Caetano e para isso, pediu a ajuda de seu ex-motorista Leandro Teixeira, para que ele conseguisse um pistoleiro. O motorista procurou então o Marcelo Ferreira, que é seu ex-cunhado. Dias antes do crime, durante uma reunião, o empresário deu uma pistola calibre 380 para Marcelo fazer o serviço. Após a execução, o pistoleiro pegou o dinheiro e fugiu para Alagoas”, contou o delegado.

Ainda segundo o delegado Rodrigo Monteiro, mesmo depois de todos confessarem como o crime aconteceu, o empresário José Sandro continua a negar participação. “Ele ainda insiste em negar, mas a casa caiu para ele. Assim como prevíamos na linha de investigação o crime aconteceu porque o empresário ficou inconformado depois que o vereador rompeu uma sociedade de uma funerária com ele e abriu sua própria empresa para concorrer com ele”, explicou.

O pistoleiro Marcelo Ferreira relatou que aceitou cometer o crime porque tinha uma dívida antiga com seu ex-cunhado, Leandro Teixeira, que lhe pediu para fazer o serviço. Marcelo contou que o empresário José Sandro perguntou quanto seria o serviço, mas como ele não tinha noção de preço, pediu apenas R$ 1 mil.

O pistoleiro disse ainda que queria o dinheiro para ajudar sua mãe que é paraplégica.

Além do delegado Rodrigo Monteiro, as investigações e prisões contaram com o apoio do delegado da cidade de Monteiro, Gilson Duarte, e do Grupo Tático Especial (GTE) da Polícia Civil.

“O assassinato do vereador Geraldo Caetano causou grande revolta na população. A Polícia Civil fez todos os esforços e conseguiu elucidar o caso”, frisou Rodrigo.

EX-CUNHADO AJUDOU

De acordo com as investigações da Polícia Civil, durante dois dias o acusado ficou hospedado em uma pousada na saída de Serra Branca. Na noite do dia 21 de agosto, o vereador Geraldo Caetano estava trabalhando em um trailer onde vendia lanches, no Centro de Serra Branca, quando foi assassinado. Segundo o inquérito, Marcelo Ferreira chegou ao estabelecimento, pediu um lanche e na hora em que iria pagar a conta, sacou a pistola e efetuou quatro disparos contra o vereador, que morreu na hora.

Após o crime, Marcelo fugiu a pé para encontrar com o ex-cunhado Leandro na pousada onde estava, mas não o encontrou e seguiu para a cidade de Sumé, localizada a 32 km de Serra Branca. Já na manhã do dia seguinte, quando chegava em Sumé, Marcelo conseguiu contato com Leandro, via celular, e o comparsa foi buscá-lo no veículo Prisma de cor preta.

Marcelo e Leandro foram até a cidade de Ibimirim-PE pegar o pagamento com o empresário José Sandro. Em seguida Marcelo foi para Alagoas. Leandro ficou em Ibimirim-PE, mas fugiu para Petrolina-PE, depois que o empresário José Sandro foi preso, em 24 de setembro. Marcelo Ferreira disse que se desfez da arma, durante a fuga.

Em depoimento, Marcelo Ferreira disse que o carro usado era emprestado de um amigo, que mora na cidade de Água Branca, em Alagoas. Ele disse que após retornar ao estado, entregou o carro e foi para Mata Grande-AL. Conforme o pistoleiro, o amigo que emprestou o carro viajou para o estado de São Paulo. De acordo com o delegado Rodrigo Monteiro, esta versão não foi convincente e a polícia seguirá em busca do veículo.

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Jornal da Paraíba

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