VIDA URBANA
Hospital Regional de Patos está sob interdição do CRM
Diversos problemas foram constatados em fiscalizações do Conselho Regional de Medicina.
Publicado em 03/07/2012 às 6:00
Falta de médicos em escalas de plantão, deficiências na estrutura física e superlotação de pacientes em leitos e corredores. Esses foram alguns dos problemas encontrados por técnicos do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos, e que resultaram na determinação pela interdição ética da unidade, por parte do órgão. No fim da semana passada, o CRM-PB enviou um ofício ao secretário estadual de Saúde, Waldson de Souza, relatando a situação crítica do hospital.
“A interdição ética recomendada pelo Conselho no caso do hospital Regional de Patos decorre do fato de inexistirem condições mínimas para o exercício da medicina no local. A par de sua deficiente estrutura física e de sua superlotação, a escala de plantões apresenta grandes lacunas, especialmente nos finais de semana, o que compromete seriamente o atendimento à população daquela região”, disse o presidente do CRM-PB, João Medeiros.
Ele explicou que a interdição ética recomendada não significa fechamento da unidade. “O Governo do Estado da Paraíba é quem determina se o mesmo fica ou não aberto. Os médicos ficam impedidos de dar expediente no hospital até a Secretaria de Saúde proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento de saúde digno e seguro à população”, explicou o presidente do conselho.
A escassez de médicos no Hospital Regional de Patos se daria, segundo o CRM, por dois motivos: cerca de nove profissionais solicitaram dispensa porque serão candidatos nas próximas eleições e outros médicos não querem mais cumprir a escala extra de plantões por não concordarem com a remuneração inferior à que é oferecida nos hospitais de porte semelhante em Campina Grande e João Pessoa.
Além do problema no corpo médico, a crise também atinge a equipe de enfermagem. Nos últimos dias, o Conselho Regional de Enfermagem também fiscalizou o hospital para verificar a dimensão das deficiências no ato de enfermagem e há também possibilidade de interdição do corpo de enfermagem. De acordo com Eurípedes Mendonça, o Hospital Regional de Patos não está oferecendo condições mínimas de segurança para o trabalho médico e evidentes riscos para os pacientes. “Infelizmente, a superlotação está comprovada e em vez de aumentar o número de médicos, a situação é inversa e sem solução”, disse. A fiscalização no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos, foi determinada pela promotora de Justiça da Comarca de Patos, Edivane Saraiva de Souza, no final do mês de maio.
A reportagem do Jornal da Paraíba procurou a Secretaria de Saúde do Estado, para saber que medidas serão adotadas diante da decisão do CRM. Mas até o fechamento desta edição não obteve respostas da assessoria de imprensa da secretaria. A direção do hospital também não foi localizada.
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