VIDA URBANA
Hospital Regional prevê superlotação com greve no Antônio Targino
Paralisação deve deslocar 60% dos atendimentos para o Hospital de Trauma.
Publicado em 16/01/2010 às 11:51
De Alberto Simplício e Silvana Torquato do Jornal da Paraíba
O Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, prevê superlotação neste final de semana com a demanda de pacientes vindos do Hospital Antônio Targino, depois da paralisação dos atendimentos em ortopedia e traumatologia, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo informações da administração do Regional, durante um final de semana, o hospital realiza uma média de 250 atendimentos na especialidade de ortopedia, já em traumatologia, são feitos em torno de 120. Com a greve, essa procura pelos serviços deve aumentar 60%, uma demanda de mais de 200 pacientes.
Somente ontem, primeiro dia da paralisação, o Hospital Regional recebeu uma média de 30 pacientes que não foram atendidos no Antônio Targino nos setores de ortopedia e traumatologia. Segundo o enfermeiro do setor de Emergência do Regional, Henrique Araújo, a procura de pessoas que vieram do HAT foi mais pela manhã. Os serviços mais procurados era o de ortopedia. O operador de máquinas André Araújo Silva, 24 anos, foi um dos pacientes que se dirigiu ao Hospital Antônio Targino na tarde de ontem para tratar de um problema na coluna e teve que procurar atendimento no Regional.
A decisão de paralisar os atendimentos atinge cerca de 100 pacientes que diariamente necessitam dos serviços de traumatologia e ortopedia do Antônio Targino. No mês, cerca de três mil atendimentos são realizados na unidade hospitalar. A situação se agrava ainda mais com a chegada do final de semana, quando os atendimentos desse tipo geralmente aumentam consideravelmente.
No Hospital Regional, que está recebendo a demanda de pacientes do Antônio Targino, a preocupação é grande, já que a instituição já trabalha no limite da sua capacidade de atendimento. Segundo o diretor administrativo, Márcio Rocha, são cerca de 300 atendimentos diversos sendo realizados no local, o que representa 10 mil pacientes mensalmente.
“O atendimento daqui já tem sua capacidade excedida. Nossa estrutura é formada por 185 leitos e não temos como absolver os pacientes vindos do Targino. Ainda mais, porque muitos desses atendimentos são de alta complexidade e o Hospital Regional não dispõe de tomógrafos”, alertou.
Os médicos anunciaram a paralisação dos atendimentos em função do não recebimento dos salários da metade dos procedimentos que vem sendo realizados há cerca de um ano. Segundo o diretor do HAT, o médico José Targino, mesmo entendendo os prejuízos que essa decisão deve causar, a diretoria apoia a paralisação dos médicos e os pacientes que procurarem o estabelecimento e não puderem pagar pelo serviço particular, serão encaminhados ao Hospital Regional da cidade.
Segundo José Targino, a solução para o problema que o Hospital Antônio Targino enfrenta já deveria ter sido solucionado, tendo em vista que há mais de um ano a direção vem mantendo contatos com a Secretaria de Saúde,. “Nossa receita é em torno de R$ 1,2 milhão, enquanto que o valor repassado para nós pela Secretaria de Saúde de Campina Grande é de cerca de R$ 630 mil”, afirma.
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