VIDA URBANA
IBGE: 25% dos jovens paraibanos não trabalham nem estudam
Informação é parte da Síntese dos Indicadores Sociais divulgada hoje pelo IBGE que analisou pessoas entre 15 e 29 anos. Paraíba está acima da média nacional.
Publicado em 17/12/2014 às 15:42
A cada 100 jovens paraibanos, 25 fazem não trabalham e nem estudam. Os dados constam na pesquisa 'Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira 2014', divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE).
Segundo os números, 25,6% dos paraibanos entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam, enquanto que 38,4% só trabalham, 25,4% só estudam e 10,6% trabalham e estudam. Os dados da Paraíba ficam cinco pontos percentuais acima da média nacional, que é de 20,3%, e quase um ponto acima da média Estadual, que é de 24,7%.
Com esse quantitativo de jovens 'nem nem', a Paraíba fica na 6ª colocação em nível nacional dos Estados que possuem os maiores índices de jovens sem ocupação. À frente da Paraíba estão apenas Alagoas (29,6%); Amapá (28,9%); Rio Grande do Norte (26,5%); e Pernambuco (25,8%); Roraima (25,7%).
Quando analisados os dados da Paraíba dividindo as faixas etárias, observa-se que, da população de 15 a 17 anos, 14% faz parte da geração 'nem nem'. Dos jovens de 18 a 24 anos, esse número sobe para 28,7% do total. Os números se repetem quanto aos jovens dos 25 aos 29 anos, que têm uma parcela de 28,9% do todo desocupada.
Ao todo, a população entre 15 e 29 anos da Paraíba representava uma parcela de 25,24% dos residentes no Estado. Para essa população, ainda conforme o estudo do IBGE, o Estatuto da Juventude, de 2013, consolida, dentre outros direitos, o amplo acesso à profissionalização, ao trabalho e à renda, o que, como se observa por meio dos números, não está sendo oferecido a parcela dessa população.
No caso de Lucas da Silva, de 16 anos, as perspectivas são mínimas e ele não aparentou saber que esses eram direitos a ele garantidos. Quando questionado qual o motivo de ele ter deixado os estudos para trás, ele afirma que a falta de interesse foi o principal. Quanto à renda, em sua casa o que sustenta é a 'graça de Deus'. “Eu deixei de estudar dois anos atrás, quando estava na sexta série. Deixei porque quis. Agora não sei se volto, não”, afirmou. “A renda lá de casa? É abençoada”, acrescentou.
Dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE, ainda mostram, dentre outros fatores, o peso crescente do benefício do Bolsa Família e outros programas sociais no conjunto de renda das famílias mais pobres. Em 2013, o trabalho era responsável por 67,7% da renda total das residências. Nos domicílios com renda de até um quarto do salário mínimo, o peso dos salários diminuía para 48,4%.
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