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VIDA URBANA

Insegurança alimentar atinge 1,5 milhão na Paraíba

De acordo com pesquisa de 2013, 1,592 milhão de paraibanos sofrem algum tipo de restrição em relação à alimentação.

Publicado em 24/06/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 15:41

Enfeitar a casa com bandeirinhas, vestir a camisa xadrez, e assar milho na fogueira podem parecer, à primeira vista, atividades corriqueiras de uma festa de São João, mas elas não são para todos. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013, 1,592 milhão de paraibanos sofrem algum tipo de restrição de alimentos, sendo 30,52% desse total crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. Crianças como Denilson.

No Mercado Central de João Pessoa, véspera de São João, em meio aos gritos que anunciavam o preço do milho, produto mais procurado do dia, entre dezenas de pessoas que se aglomeravam entre as barracas, pisando em palhas de milho à procura das melhores espigas, uma figura miúda circulava com olhos atentos.

O pequeno Denilson gaguejou antes de responder que tinha 10 anos de idade, mas na verdade aparentava ter bem menos pela sua figura franzina. Naquela manhã, ele visitou todos os vendedores de milho verde do mercado pedindo a cada um para levar consigo uma espiga.

Em casa, uma família de 10 pessoas ficaria sem comemorar o São João não fosse o esforço do garoto, que conseguiu duas sacolinhas plásticas cheias de milho, embora a qualidade de algumas espigas deixasse dúvidas sobre seu aproveitamento.

“Não vai dar não. A senhora não tem um real pra eu comprar um milho?”, disse com um semblante decepcionado, acreditando que seu esforço seria em vão se não conseguisse alimentar a família inteira.

Segundo ele, tanto o pai quanto a mãe trabalham, mas não tinham dinheiro para comprar o item tão importante em uma festa junina. Não tinham dinheiro para comprar nada. O menino explicou que mora perto do Mercado Central. “Ali embaixo”, disse apontando para frente, onde só se viam barracas e mais barracas de frutas e legumes.

Mesmo fora do período junino, Denilson está acostumado a frequentar o mercado, sempre pedindo aos vendedores pequenas quantidades de itens de alimentação, que ele junta em sacolinhas para levar para casa.

Além dele, do lado de fora do Mercado Central, algumas pessoas reviravam o lixo em busca de restos de alimentos e legumes estragados que ainda pudessem ser aproveitados de alguma forma. Segundo o IBGE, dos paraibanos que sofrem com a insegurança alimentar, 27,34% têm insegurança leve, e 13,30% sofrem com insegurança alimentar moderada ou grave, que é quando alguém fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro para comprar alimentos.

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Jornal da Paraíba

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