Instituições de caridade cobram repasses atrasados

Seis instituições de caridade de Campina Grande estão cobrando da Prefeitura Municipal o repasse de R$ 82,5 mil em convênios atrasados há cinco meses. A ajuda financeira é para o pagamento de funcionários e existe desde 1996, quando foi regulamentada por Lei Municipal. O atraso está afetando o atendimento para mil pessoas, entre crianças, idosos, usuários de drogas em tratamento, portadores de necessidades especiais e deficientes visuais que dependem dos serviços de filantropia.

O problema está afetando tradicionais instituições religiosas que oferecem cuidado e educação a crianças carentes, como a Casa do Menino e a Casa da Criança Doutor João Moura. Outra entidade católica afetada é o Instituto São Vicente de Paulo, que abriga 75 idosos. Também foram afetados o Centro de Recuperação Homens de Cristo, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e o Instituto dos Cegos. O último pagamento às instituições foi em maio.

Um dos casos mais graves é o da Apae, onde os problemas financeiros causaram a demissão de 15 especialistas e redução no número de beneficiados em 36%. “Tivemos de dispensar o neurologista, o terapeuta ocupacional e também estamos sem professores de dança e de educação física. Está ficando insustentável e fazemos uma apelo à população para que nos ajude, mas principalmente à prefeitura”, pede Margarida Motta, presidente da Apae.

O secretário Municipal de Assistência Social (Semas), Robson Dutra, confirmou o atraso, mas ainda não tem previsão de quando o pagamento será regularizado. “Nós já solicitamos o pagamento para a Secretaria de Finanças e estamos aguardando. Não sabemos o que provocou o problema, acredito que seja por dificuldades financeiras”, explicou. A reportagem também tentou obter informações com o secretário de Finanças Júlio César Cabral, mas ele não foi localizado.