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VIDA URBANA

Internet vira aliada das garotas de programa e travestis em Campina

Com o processo contínuo de popularização da internet no Brasil, o mundo da prostituição está cada vez mais virtual. Abordagem inicial é feita através dos sites de relacionamento ou salas de bate-papo.

Publicado em 03/04/2011 às 8:09

Alberto Simplício
Do Jornal da Paraíba

Com o processo contínuo de popularização da internet no Brasil, o mundo da prostituição está cada vez mais virtual. A figura de garotas de programas ou travestis se exibindo à noite nas ruas ainda predomina em Campina Grande, mas o uso da rede mundial de computadores tem substituído em alguns casos as chamadas ‘zonas de prostituição’ nos bares, clubes e avenidas. A abordagem inicial para a marcação do encontro, nesses casos, é feita através dos sites de relacionamento, salas de bate-papo ou diretamente por telefone.

A influência exercida pela ex-garota de programa Bruna Surfistinha, que está atualmente em cartaz com um filme que conta sua história no mundo da prostituição, tem sido para a maioria a grande influência. Através de pesquisas realizadas por buscadores da internet, a reportagem do Jornal da Paraíba conseguiu encontrar inclusive um blog em que, seguindo os passos da garota de programa mais famosa do país, uma profissional de Campina Grande tenta possíveis clientes através de sua exposição na internet.

Para atraí-los, ela abusa de fotos sensuais e de mensagens provocantes como “o sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança” e disponibiliza seus contatos telefônicos e de e-mail para que o programa possa ser combinado.
Outras que não dispõem de páginas de divulgação próprias utilizam-se de anúncios na internet, nos quais disponibilizam fotos e telefones para contato. Esse tipo de recurso tem sido usado não apenas por mulheres, mas também por garotos de programa. A reportagem entrou em contato com uma dessas profissionais a partir do telefone disponibilizado e ela explicou que está fazendo programas há três anos. “Nunca fui para a rua”, disse.

A primeira vez que fiz programa foi quando depois de sair com um homem que estava me paquerando num bar, ele me deu dinheiro. Fiquei com ele outras vezes e sempre ele me recompensava. Foi aí que decidi ir em busca de cliente na internet”, contou. Ela disse que o fato de acertar seus programas somente por telefone é mais cômodo, pois consegue planejar melhor seu tempo. A garota, que disse ter 23 anos e que cobra R$ 100 por programa, não informou quanto ganha por mês.

Apesar da comodidade encontrada no momento da busca por clientes, ela considerou que os riscos do mundo da prostituição são os mesmos para todos os que estão nesse mundo. “A partir do momento que você se envolve com uma pessoa que não conhece, está sujeita a qualquer tipo de violência. Procuro atender aos clientes apenas nos motéis, mas nem assim estou segura”, comentou.

Outras ferramentas virtuais que têm movimentado o mundo da prostituição são as salas de bate-papo e os sites de relacionamento, a exemplo do “Orkut” e do “Beltrano”, onde comunidades com motivos sexuais atraem profissionais e pessoas que buscam pelo sexo fácil. Perfis são criados e neles as garotas e garotos de programa apresentam seus corpos e disponibilizam contatos para que os interessados possam combinar uma possível saída.

No final da noite, principalmente nos finais de semana, dez salas de bate papo da cidade de Campina Grane, compostas por grupos de até 30 pessoas cada, chegam a ser formadas na internet. Em todos elas, o principal assunto é sexo. Muitos dos usuários não estão em busca de sexo pago, mas outros fazem questão de dizer que estão no espaço em busca de clientes. Em uma dessas salas, a reportagem conseguiu interagir com duas garotas que estavam negociando programas.

O “bate-papo” é o primeiro contato da garota com possíveis clientes e, caso haja interesse, um número de telefone é disponibilizado para que o acerto seja feito.

A reportagem entrou em contato com o número disponibilizado e uma delas contou que tinha 20 anos e que o programa custava R$ 60. Disse também que tinha local próprio para o encontro. Quando soube que estava participando de uma matéria jornalística, ela não quis continuar a conversa. Ressaltou apenas que não fazia programas diariamente e que recorria a esse tipo de serviço se vendendo pela internet, pois temia a exposição nas ruas. “Eu faço programa apenas quando o dinheiro está curto, mas pretendo deixar essa vida”, finalizou.

Veja matéria completa na edição, deste domingo (3), do Jornal da Paraíba

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Jornal da Paraíba

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