VIDA URBANA
JP sobe e CG cai em ranking da qualidade do saneamento no Brasil
Novo Ranking do Saneamento Básico foi divulgado nesta terça-feira (23).
Publicado em 23/07/2019 às 18:08 | Atualizado em 24/07/2019 às 14:56
Se João Pessoa subiu cinco colocações no ranking geral das 100 maiores cidades brasileiras no que se refere à prestação dos serviços de água e esgoto, saltando do 37º para 32º lugar, Campina Grande caiu do 11º lugar para o 28º. Os dados estão no novo Ranking do Saneamento Básico, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, nesta terça-feira (23).
Os dados são divulgados todo ano pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, que reúne todas informações fornecidas pelas empresas prestadoras dos serviços de água e esgoto dessas cidades. O diferencial deste ano é que foram apresentados novos indicadores de água e esgotos, apresentando também, dados sobre perdas de água, investimentos, operadoras e tarifa média das 100 maiores cidades do país.
Nesta edição, há informações sobre a variação positiva e negativa dos 20 melhores e 10 piores municípios. Nele, João Pessoa apresentou evolução de 4,71 (p.p) no que se refere ao atendimento total de água e de 26,77 (p.p) no atendimento de esgoto. Os dois serviços são fornecidos pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
Na análise, entre as capitais brasileiras, João Pessoa ficou em 9º lugar na proporção entre investimentos e a média anual por habitante (42,82). O resulto foi impulsionado pelo baixo investimento em 2017, quando foram aplicado no setor R$ 6,36 milhões, bem abaixo dos anos anteriores: 2016 (R$ 20,3 milhões), 2015 (R$ 33,93 milhões), 2014 (R$ 57,91 milhões) e R$ 2013 (R$ 55,28 milhões).
Campina Grande
Já Campina Grande apresentou retração nos indicadores de esgoto tratado por água consumida e não apresentou avanços relevantes em atendimento de esgoto de um ano para o outro, de modo que recebeu nota zero no indicador de novas ligações esgoto/ligações faltantes.
O estudo apurou que houve redução de 11.269 ligações entre 2016 e 2017, em Campina Grande, além de perdas de faturamento negativas. Segundo o Trata Brasil, apesar de possível no caso do faturamento, não é comum que os operadores apresentem indicadores de perdas negativos. O município obteve volume faturado de água 2,72% acima do volume produzido e importado.
Campina Grande ficou em 99º lugar no quesito "piores investimentos sobre arrecadação" e em 95º ao ser analisado no que diz respeito à relação entre ligações de água sobre ligações faltantes. Em compensação, a cidade ficou em 10º lugar entre as melhores cidades com índice de perdas na distribuição, com 23,49% em perdas.
Análise do Trata Brasil
Os resultados mostram que os avanços são pouco relevantes e o país fica cada vez mais distante de atingir as principais metas de saneamento básico, especialmente as oficializadas pelo Brasil na ONU - Organização das Nações Unidas. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS 6 – tem como meta “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030, mas a se manterem os baixos investimentos dos últimos anos, o Brasil ficará distante de cumprir mais este compromisso internacional.
Segundo Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, o baixo investimento no setor compromete o acesso da população aos serviços de água e esgoto. Isso porque, sem investimento, o sistema não avança para atender as pessoas que ainda não têm acesso e, sem manutenção, as redes existentes têm mais vazamentos ou falhas.
Ranking do Saneamento
Produzido pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, o novo Ranking do Saneamento Básico contempla as 100 maiores cidades, onde habitam 40% da população, e foi feito com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2017.
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