VIDA URBANA
JP tem 11 postos policiais fechados
Pelo menos 11 postos da Polícia Militar estão abandonados em João Pessoa; ausência da polícia nos bairros deixa moradores amedrontados.
Publicado em 02/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:04
A deficiência no efetivo policial de João Pessoa provocou o abandono total ou parcial de pelos menos 11 postos que deveriam ser utilizados como base para a Polícia Militar (PM) em bairros da capital. A ausência da polícia nas comunidades causa medo nos moradores e a degradação de espaços que teriam sido construídos pela própria comunidade para garantir sua segurança.
O posto de polícia do bairro do Grotão está fechado há cinco anos, segundo estimativa dos moradores do local. A porta foi parcialmente destruída e no interior do prédio, a sujeira se mistura aos moveis e eletrodomésticos que também foram abandonados. “Todos nós nos sentimos prejudicados com essa situação. Não conseguimos falar com a polícia através do 190, porque sempre fica tocando uma música e ninguém atende. Agora, a polícia só vem aqui quando acontece alguma morte. Com o posto tudo era mais fácil”, afirmou o morador Neverilton Azevedo.
Para garantir a segurança da população, uma viatura da PM foi designada para fazer o policiamento do bairro. “Eles falam que existe essa viatura mas ninguém aqui vê. Não existe policiamento”, disse uma moradora que não quis se identificar.
No posto policial do bairro Água Fria, o matagal já invade o prédio que não é utilizado há seis anos. “Mesmo que os policiais não pudessem sair do prédio, apenas a presença deles no posto já aumentava nossa sensação de segurança. Além disso, a gente sabia onde poderia encontrar rapidamente a polícia”, disse um morador.
Já no bairro José Américo, o posto que deveria garantir a segurança dos moradores e comerciantes atualmente é utilizado como abrigo para trabalhadores de uma obra que acontece na área. No bairro do Rangel, o posto policial além de estar abandonado, foi alvo de pichações e é utilizado por pessoas para atos libidinosos.
A situação de abandono também é visível nas comunidades do Taipa e Padre Ibiapina, no bairro Costa e Silva, e postos dos bairros Esplanada e Funcionários II.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Paulo Almeida e foi informada que não há postos de polícia abandonados na área de atuação do Batalhão. Apesar da afirmativa, o posto policial do bairro Castelo Branco encontra-se em estado de abandono, já o posto que funciona na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é utilizado apenas para os policiais se alimentarem, segundo alunos da instituição.
RELATÓRIO DO 5º BPM
Um relatório minucioso com o quantitativo de postos abandonados, condições de cada prédio e possíveis medidas a serem adotadas, foi elaborado pelo comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Lívio Delgado. De acordo com o comandante, a PM não possui vínculo material com os postos, já que os espaços foram doados e construídos pela própria comunidade. “Todo o material é da comunidade, inclusive geladeiras”, afirmou o tenente-coronel Lívio.
O tenente-coronel afirmou que existe a possibilidade dos postos serem ativados, entretanto o funcionamento esbarra no efetivo insuficiente. A solução apontada seria a realização de concurso público para contratação de soldados, já que de acordo com o tenente-coronel Lívio, cada posto necessita de pelo menos 16 policiais militares.
“Metade do efetivo do 5º Batalhão é deslocado para segurança de sete unidades prisionais. Se esta segurança fosse repassada para os agentes penitenciários, nós contaríamos com mais ou menos 300 homens a mais nas ruas. Dessa forma poderíamos ter uma quantidade grande de postos em funcionamento. Iríamos ativar pelo menos 12 unidades com policiais e viaturas. Estabelecer o policiamento comunitário é o ideal para reduzir a violência”, estimou o tenente-coronel Lívio.
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