VIDA URBANA
JP tem déficit de 23,2 mil casas
Números foram revelados pela Fundação João Pinheiro, que contabiliza déficit habitacional no país e refere-se a várias faixas de renda familiar.
Publicado em 27/12/2012 às 6:00
Mesmo com a construção de aproximadamente cinco unidades habitacionais por dia, nos últimos 32 meses, ainda existe uma carência de 23.205 moradias em João Pessoa. O número refere-se a várias faixas de renda familiar, inclusive as superiores a três salários mínimos e foi revelado pela Fundação João Pinheiro, que contabiliza, no Ministério das Cidades, o déficit habitacional básico em todo o país.
Das famílias que vivem sem casa própria na capital, 593 moram em domicílios improvisados e outras 20.141 dividem o mesmo espaço com outros parentes, segundo cálculos da Secretaria de Habitação do município (Semhab).
Por conta disso, os movimentos populares defendem que as ações voltadas para a área não sejam interrompidas. O diretor da Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conan), Antônio Ferreira Coelho, admite que as ações desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) foram eficazes.
“Os trabalhos foram feitos, por meio de diálogo com as famílias. Isso causou uma satisfação muito grande. Sinal disso é que não fizemos manifestações. Queremos que esse tratamento continue na próxima gestão”, conta. No entanto, ele destaca que ainda existem cerca de cinco mil cadastradas juntos à Conan, à espera de uma casa popular. Ele também defende que as unidades habitacionais entregues sejam maiores.
“As casas têm 47 metros quadrados e dois quartos. Como é que uma família com 12 filhos, por exemplo, vai se acomodar num ambiente desse? É que preciso discutir esse assunto e criar formas de ajudar famílias desses portes”, disse.
Conforme informações da prefeitura da capital, foram 4.855 casas populares entregues às famílias de baixa renda, entre abril de 2010 a dezembro de 2012. Outras 4.500 unidades habitacionais estão em construção e deverão ficar prontas até 2014, de acordo com o Plano Local de Habitação de Interesse Social, divulgado ontem pelo governo municipal, a menos de quatro dias para a mudança da gestão.
Além de dados sobre obras concluídas e que ainda estão em andamento, o documento traça estratégias que devem ser implantadas na área de habitação durante os próximos quatro anos. Segundo o prefeito Luciano Agra, a finalidade do material é auxiliar os futuros gestores a continuarem com o ritmo das obras.
“O Ministério das Cidades determina que as cidades com mais de 100 mil habitantes elaborem seus planos de habitação. Aqui, em João Pessoa, esse documento, divulgado hoje (ontem), é resultado de muito estudo e vai colaborar para que a prefeitura obtenha mais recursos e mantenha esse ritmo de seis casas construídas por dia”, afirmou Luciano Agra.
O secretário de Habitação de João Pessoa, José Guilherme de Almeida, explicou que a preocupação com a moradia aumentou com o crescimento da população. Em 40 anos, a quantidade de habitantes de João Pessoa subiu 238,77%. O total saiu de 213.591 indivíduos em 1970 para 723.591, em 2010. “Com isso, foram necessários novos investimentos para garantir o acesso à moradia, que é um direito constitucional”, disse o secretário.
Ainda de acordo com Almeida, até 2010, em João Pessoa, existiam 77 comunidades formadas principalmente por casas em precárias condições de infraestrutura. Destas, 49 foram transformadas em zonas de interesse social. A medida autoriza o local a ser beneficiado com programas governamentais.
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