Mais denúncias no Disque 100

No período de 12 meses, a Paraíba aumentou em 62,7% a quantidade de denúncias feitas ao Disque 100, um serviço criado pelo governo federal para combater crimes que violam os direitos humanos. Os registros saltaram de 2.248, entre janeiro e novembro do ano passado, para 3.659, no mesmo período de 2012.

As informações foram divulgadas ontem, durante solenidade, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O evento foi realizado em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, que foi comemorado ontem.

Apesar do crescimento, o Estado ainda está na lista dos territórios brasileiros que menos acionaram o Disque 100. No ranking das 27 federações que realizaram denúncias ao serviço, a Paraíba ficou na 16ª posição, na frente apenas de Alagoas (3.281), Mato Grosso do Sul (3.052), Piauí (2.976), Espírito Santo (2.778), Mato Grosso (1.953), Rondônia (1.729), Sergipe (1.515), Acre (842), Tocantins (742), Amapá (428) e Roraima (190).

Para a secretária de Estado de Desenvolvimento Humano, Cida Ramos, o aumento nas denúncias feitas na Paraíba se deve à maior divulgação do Disque 100. “Desde o começo do ano, intensificamos os trabalhos para fazer a população conhecer o serviço, que atende às denúncias de forma anônima e sigilosa. As ações de divulgação foram feitas juntos aos serviços especializados de proteção aos direitos humanos”, declarou.

Apesar de considerar como algo positivo o crescimento nas denúncias, a secretária de Desenvolvimento Humano destaca que os números revelam que está ocorrendo crescimento também nos casos de violação dos direitos humanos. “Casos como abusos sexuais de crianças e adolescentes e de mulheres que são agredidas dentro de casa, infelizmente, estão se tornando mais comuns. Mas, pelo menos, esses crimes estão sendo denunciados, coisa que não acontecia antigamente”, observou Cida.

Ela lembra que o Disque 100 pode ser acionado tanto pela própria vítima como também por alguém que tome conhecimento que determinada pessoa está sofrendo algum tipo de violência.

Durante a ligação, o denunciante é orientado a buscar ajuda em órgãos públicos. Na Paraíba, os 223 municípios já dispõem de Centros de Referência de Assistência Social (Crais). Nessas unidades, a população encontra ajuda para ser inserida em programas sociais, a exemplo do Bolsa Família.

Além de Crais, 96 cidades paraibanas são dotadas também por Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), que combatem casos de violação dos direitos humanos. “Nos Creas, as pessoas são acolhidas e recebem assistências social, jurídica e psicológica. Dependendo da situação, as vítimas ainda são encaminhadas para outros serviços que fazem parte da rede de assistência, a exemplo de abrigos”, detalhou Cida Ramos.