VIDA URBANA
Médicos garantem que João Pessoa continua sem cirurgias pediátricas
Apesar de diretores de hospitais afirmarem que o atendimento está acontecendo, não há cirurgiões pediátricos prestando serviço e nem há cirurgiões no quadro de efetivos.
Publicado em 13/12/2010 às 15:30
Da Redação
Com Assessoria
Os hospitais da rede pública da Paraíba continuam sem realizar cirurgias pediátricas. Os 12 médicos da Cooperativa dos Cirurgiões da Paraíba (Coopecir-PB) não estão mais prestando seus serviços nos hospitais (cirurgias eletivas, de urgência e emergência) desde o dia 3 de dezembro. O contrato entre Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Coopecir-PB foi encerrado no dia 23 de setembro. Até hoje, não foi feito o pagamento dos meses de outubro e novembro, nem o contrato foi publicado no Diário Oficial.
Na manhã desta segunda-feira (13), no entanto, a diretora técnica do hospital Infantil Arlinda Marques, Maria das Neves Chianca, e a diretora técnica do Hospital de Emergência e Trauma, Aleuda Nágila, afirmaram, em reunião no Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), que não há problemas de atendimento à população nos dois hospitais.
“A situação é gravíssima, pois não há mais especialistas em cirurgia para as crianças trabalhando nos dois maiores hospitais do Estado. É importante que o CRM verifique como realmente as crianças estão sendo cuidadas”, destacou o presidente da Coopecir, Marcus Maia.
Os hospitais de Emergência e Trauma e o Arlinda Marques realizam, mensalmente, cerca de 300 procedimentos de pequena e alta complexidade. No ambulatório do Arlinda Marques, cerca de 40 crianças estão deixando de ser atendidas diariamente. Marcus Maia ressaltou que em nenhum dos dois hospitais há cirurgiões pediátricos no quadro efetivo e os procedimentos cirúrgicos são feitos exclusivamente pelos médicos contratados através da cooperativa.
“Temos contrato com a SES desde 2003 e agora estamos com dificuldade de renová-lo e de receber nosso pagamento. Os profissionais só podem continuar prestando serviços se tiverem alguma garantia e receber pelo seu trabalho”, explicou o presidente da Coopecir.
Marcus Maia ainda informou que a Coopecir já enviou ofícios para a SES para tentar solucionar o problema. “A cada dia estamos mais preocupados com essa situação. A população está sem alternativa e é preciso encontrar uma solução urgente”, completou.
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