VIDA URBANA
Metade dos casais se separa por divergência quanto a dinheiro
Uma das implicações da ausência de uma educação financeira é uma vida de oscilações econômicas, orçamento curto para a despesa do mês com graves consequências emocionais.
Publicado em 04/07/2010 às 9:34
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
Uma das implicações da ausência de uma educação financeira é uma vida de oscilações econômicas, orçamento curto para a despesa do mês com graves consequências emocionais. O Guia Serasa cita que cerca de 50% dos casais no Brasil se separam devido a divergências em relação ao dinheiro, o que causa traumas psicológicos nos membros da família, principalmente nas crianças.
“A saúde financeira causa impacto na saúde física, mental, emocional, espiritual e principalmente na profissional. A pessoa tem perda de produtividade e está sujeita a mais acidentes de trabalho. As famílias precisam aprender a viver melhor com seu dinheiro. Tenho percebido um problema também em pequenas e médias empresas em que as contas pessoais estão misturadas com as da empresa e muitas vezes a pessoa perde seu negócio por não saber separar o dinheiro pessoal do dinheiro da empresa”, revela o consultor de finanças Erasmo Vieira.
A educadora financeira Cássia D’Aquino afirma no guia que o ensino financeiro deve começar antes que seja tarde demais e a família é a primeira escola. “A formação financeira da criança depende, principalmente, da mudança de mentalidade dos pais em relação ao dinheiro. Elas devem entender que gastar é ótimo e que o dinheiro também pode ter outros fins”.
Para Watteau Rodrigues, do Procon Municipal, o número de consumidores que chegam ao órgão com problemas de descontrole em pagamentos dos cartões de crédito é um dos maiores, e um dos principais motivos são as altas taxas de juros. “Nos cartões de crédito de algumas lojas, os juros beiram 600% ao ano e isso pode se transformar numa grande dívida caso os consumidores atrasem ou comecem a pagar o mínimo do cartão”, declarou.
A Pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais da Paraíba (Ifep) revela que as maiores dificuldades encontradas para a renegociação dos consumidores da Grande João Pessoa foram apontadas como sendo a elevada taxa de juros (65,38%), a falta de recursos financeiros (34,62%) e os prazos curtos para pagamento (26,92%).
O Guia Serasa orienta que o controle das despesas realizadas com cartão exige muitos cuidados. “O consumidor deve verificar a conveniência de ter mais de um cartão (alguns consultores são contra ter mais de um), não se esquecendo de incluir, nas despesas, as anuidades. Convém o pagamento integral da fatura, pois os juros cobrados no parcelamento são elevados”.
Segundo Erasmo Vieira, quem já está com problemas financeiros e usando cheque especial e pagando mínimo no cartão de crédito será ainda mais penalizado. “As taxas de juros se comparadas com antes do Plano Real caíram muito, porém ainda estão muito altas e a tendência é de aumento. Por isto neste momento os endividados devem priorizar a eliminação destas dívidas “mais caras”.
Para Vieira, a geração da estabilidade do Plano Real está aprendendo da pior forma, ou seja, mudando o comportamento somente após sérios problemas financeiros, mas revela que há também avanços. “Já temos também uma boa turma de pessoas educadas financeiramente e vivem melhor, compram mais, e ainda conseguem ter uma reserva financeira trabalhando com os juros ao seu lado, obtendo um aumento de renda com o juros a seu favor. O ideal é que esta parcela da população aumente.
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