VIDA URBANA
Ministério Público faz inspeção no Trauma e constata superlotação
Após 14 dias, Hospital de Emergência e Trauma em JP passou por nova inspeção nesta quinta (28). Desta vez a visita foi realizada pela Promotoria de Saúde do Ministério Público.
Publicado em 28/04/2011 às 12:14
Inaê Teles
Com informações de Patrícia Rocha da TV Cabo Branco
Após 14 dias, o Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena, em João Pessoa, passou por uma nova inspeção na manhã desta quinta-feira (28). Desta vez a visita foi realizada pela Promotoria de Saúde do Ministério Público. A entrada dos cinegrafistas e fotógrafos foi vetada pela assessoria de imprensa da unidade hospitalar.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o veto à imprensa foi orientação da Secretaria de Estado da Saúde e da Secretaria de Estado da Comunicação Institucional (Secom), que entendiam ser necessário preservar a imagem dos pacientes. Ainda assim, segundo o promotor de Saúde João Geraldo, "fotógrafos da própria Secom fizeram fotos no local", contrariando, assim, a ideia de preservação da imagem dos pacientes.
Pacientes em macas pelos corredores, paredes com infiltrações, falta de material e agulhas espalhadas pelo chão foram algumas das irregularidades encontradas. De acordo com o promotor João Geraldo, uma paciente estava com um aparelho ortopédico improvisado. "Ela estava com uma mochila para apoiar o pé porque não havia o equipamento correto", disse o promotor.
A superlotação também foi mais uma das irregularidades encontradas no hospital. Em uma das salas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que deveria abrigar dez pacientes, estavam 24. De acordo com o promotor João Geraldo, o local funciona como uma espécie de semi-UTI. "Os pacientes estavam nos corredores do hospital", lamentou o promotor.
Além da superlotação, as equipes constataram ainda irregularidades na infraestrutura e higiene. De acordo com Fernando Serrano, do CRM, alguns pacientes estavam há dias sem tomar banho.
O promotor adiantou que vai aguardar o relatório e em seguida irá notificar a direção do Trauma. A assessoria de imprensa do hospital informou que os diretores da unidade irão se pronunciar através de uma nota que será enviada ainda nesta quinta-feira aos veículos de comunicação.
Inspeção anterior
No último dia 14, membros da Federação Nacional de Médicos (Fenam) e do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB) realizaram uma visita no Trauma. Na unidade, as equipes encontraram várias irregularidades.
Segundo Cid Carvalhaes, presidente da Fenam, a situação encontrada no Trauma não era diferente das dos demais hospitais do país. "Infelizmente encontramos uma situação caótica e desrespeitosa, que, entre outras coisas, fere os princípios elementares dos Direitos Humanos", lamentou.
O presidente do Simed-PB, Tarcísio Campos, afirmou que a unidade estava com uma ocupação de 180%, ou seja, passa 80% da capacidade permitida. “Se for decretada a greve hoje esse caos vai explodir", garantiu Tarcísio.
Atualizada às 13h30
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