VIDA URBANA
Moradores do Mutirão acusam PMs de tortura
Comando regional da Polícia Militar negou o abuso e prometeu apurar as denúncias, que teriam ocorrido na noite da última segunda-feira (19).
Publicado em 21/11/2012 às 6:00
Medo e pânico tomam conta do Mutirão, em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. Ontem, os moradores do bairro realizaram uma mobilização e acusaram policiais militares de tortura contra homens, mulheres e até adolescentes na busca de identificar os criminosos que mataram o sargento da Polícia Militar Jefferson de Lucena, no final de semana. O comando regional da Polícia Militar negou o abuso e prometeu apurar as denúncias, que teriam ocorrido na noite da última segunda-feira
Uma dona de casa que mora no bairro e preferiu não se identificar contou que o filho de apenas 13 anos foi retirado de dentro de casa por um grupo de policiais. Segundo ela, eles chegaram ao local sem farda e arrombaram a porta da residência. De acordo a mulher, o adolescente foi levado para outro local e espancado. “Eles arrombaram a porta de minha casa e de outras pessoas também. Bateram na minha cara, na cara do meu esposo e levaram meu filho para o antigo lixão e espancaram ele, jogaram spray de pimenta nos olhos dele e ainda queriam enterrar meu filho lá”, contou a moradora.
Segundo ela, os policiais perguntavam o tempo inteiro onde estava o autor dos disparos que tirou a vida do sargento Jefferson de Lucena.
Outra moradora do bairro, que também não teve o nome revelado, confirmou que os homens invadiram várias casas e não respeitaram ninguém.
“Eles entraram em muitas casas e saíram batendo em todos. Não respeitaram nenhuma de nós, nem nossos filhos e maridos”, disse.
Conforme alguns moradores, vários jovens foram molhados pelos policiais e submetidos a choques elétricos.
Além disso, uma residência foi queimada e crianças, jovens e mulheres foram ameaçados para não denunciarem a tortura.
O comandante regional da polícia, coronel Wolgrand Pinto, disse que não sabia da existência dessas torturas e prometeu apurar o caso.
“Estou tomando conhecimento do fato através da imprensa, mas vou mandar apurar e, se realmente for comprovado, os envolvidos serão punidos", informou.
De acordo com o coronel, nenhum homem da PM está dentro do bairro realizando trabalho investigativo de forma à paisana, ou seja, sem farda.
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