VIDA URBANA
MP vê melhora em hospital, mas considera precária a USF Roger III
Parede da USF estava comprometida pelo mofo e pelas infiltrações. No Hospital Treze de Maio, em JP, irregularidades foram sanadas após inspeção do ano passado.
Publicado em 18/08/2011 às 19:44
Da Redação
Com MPPB
A Promotoria da Saúde de João Pessoa realizou, nesta quinta-feira (18), inspeção no Hospital Treze de Maio e na Unidade de Saúde Roger III. Segundo o promotor de Justiça João Geraldo Barbosa, o hospital sanou 80% das irregularidades em relação à inspeção realizada no final do ano passado. Já a USF, segundo o Ministério Público, apresentou estrutura totalmente precária.
O promotor informou que a unidade do Roger atende 1.019 famílias cadastradas e ainda usuários da unidade de Tambiá. “A estrutura está totalmente comprometida pelo mofo, há fiação exposta, umidade na parede, cupim no madeiramento da cozinha e da sala de curativos. A ventilação é comprometida e os consultórios foram pintados pelos próprios profissionais para diminuir o mau cheiro do mofo”, informou João Geraldo.
No prédio, foram encontradas, ainda, maçanetas soltas, infiltrações, falta de acessibilidade, como barreiras arquitetônicas, ausência de barras de apoio no banheiro, piso inadequado, e falta de manutenção das redes elétrica e hidráulica. O Corpo de Bombeiros também verificou que o prédio não possui certificado de aprovação da corporação e constatou extintores no chão e sem sinalização.
João Geraldo destacou que a farmácia é no vão da escada e também foi encontrada uma caixa de medicamentos no chão. A unidade não possui os seguintes medicamentos: Digoxina (para o coração), Captopril e e Nifedipino (para a pressão arterial), Amoxicilina (antibiótico), Ambroxol (xarope), Miconazol (creme ginecológico) e Dexametasona (antialérgico).
A unidade possui médica e odontóloga, todas as vacinas e, uma vez por semana, é distribuída insulina que vem do distrito, já que a USF não possui geladeira para o acondicionamento. O Conselho Regional de Medicina e o Conselho Regional de Odontologia constataram que a sala de curativos, além de não ter privacidade, não possui maca para atendimento porque a que existe é utilizada como suporte do autoclave, que não funciona.
“O atendimento odontológico e de enfermagem é comprometido porque não há esterilização nos instrumentais e do material para curativo. Também não há nebulizador”, disse João Geraldo. Uma servidora que trabalha há mais de cinco anos informou que o gestor municipal de saúde nunca fez uma visita à unidade, apenas a diretora do distrito.
Hospital Treze de Maio
Em relação à inspeção no Hospital Treze de Maio, o promotor João Geraldo disse que 80% das irregularidades constatadas antes foram sanadas, entre elas, a cozinha que foi reformada, ganhou telas e recuperação de equipamentos, pintura e higienização, sob responsabilidade de duas nutricionistas, e a despensa foi reformada. “Toda a pintura do prédio foi recuperada, tanto em enfermarias como em áreas comuns”, disse.
A farmácia foi recuperada e adquirido um ar-condicionado que mantém a climatização, garantindo a qualidade e eficácia dos medicamentos. “Existe em funcionamento uma Comissão de Controle da Infecção Hospitalar. O necrotério também foi reformado e o bloco cirúrgico voltou a funcionar. A estrutura em geral encontra-se em boas condições”, informou o promotor.
O Conselho de Enfermagem constatou melhorias como o aumento de enfermeiros, apesar de ainda faltar mais um profissional. O setor de urgência foi regularizado e a escala de enfermeiros está a contento. Já o Conselho de Fisioterapia verificou uma melhor assistência fisioterápica, o que ocorreu também em relação ao atendimento médico verificado pelo CRM. O Conselho de Psicologia informou que os serviços melhoraram, embora ainda falte um psicólogo.
O promotor informou ainda que algumas irregularidades ainda precisam ser sanadas, como a falta de lance de mangueira de incêndio, manutenção da rede de hidrantes, ausência de sistema de proteção contra descargas atmosféricas, falta de extintor e de placas de sinalização de saída de emergência, identificadas pelo Corpo de Bombeiros. Já o Crea enfatizou a necessidade de reparos nas infiltrações existentes devido às últimas chuvas.
Na oportunidade, a diretora-geral do hospital, Valmira Queiroga, entregou um documento se comprometendo a, em 30 dias, dotar as enfermarias de ventiladores para corrigir a ventilação deficiente pelo fato de o prédio ser antigo. Também se comprometeu a, em 45 dias, colocar telas de proteção contra insetos nas enfermarias.
O hospital possui 70 leitos, dos quais 20 são utilizados na clínica médica e cardiológica e 40 para pacientes de ortopedia oriundos de um convênio com o Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena. “No geral, a reinspeção constatou como satisfatórias as medidas até o presente tomadas, o que ratifica o trabalho das inspeções que alcança o resultado esperado, promovendo melhorias na saúde sem a necessidade de ajuizar ação civil pública, quando o gestor tem a sensibilidade e tino administrativo de entender que a garantia da saúde pública é um bem que se faz a todos, gestor , usuário e sociedade”, concluiu João Geraldo.
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